ATIVOS FECHAM SEM DIREÇÃO ÚNICA EM DIA DE EXTERIOR VOLÁTIL E NOVOS RUÍDOS POLÍTICOS

Blog, Cenário
Os ruídos políticos no Brasil deixaram o mercado doméstico volátil e, no fim, com o exterior levemente positivo, os ativos locais encerraram o dia sem direção única. Ao longo do pregão, os investidores digeriram, além da confirmação de mudança ministerial, a informação do Estadão de que o ministro da Defesa, Braga Netto, teria usado um interlocutor para dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que sem voto impresso não haveria eleições em 2022. Considerado pelos investidores como mais um fator de incerteza, a notícia chega no momento em que o Centrão fica com a Casa Civil, na pessoa do senador Ciro Nogueira (PP-PI), e os agentes contrabalançam a possibilidade de aproximação do governo com o Senado e o que isso pode custar à política econômica, uma vez que Paulo Guedes verá seu ministério diminuir, com a criação da Pasta de Emprego e Previdência para acomodar Onyx Lorenzoni. Hoje, o ministro minimizou as alterações e garantiu que nada mudará nas diretrizes econômicas. Nesse ambiente, o Ibovespa passou grande parte da manhã em queda, mas acabou subindo 0,17%, aos 126.146,66 pontos, ao firmar ganho do meio da tarde em diante, na medida em que as bolsas em Nova York também se consolidaram em alta e diante do avanço, ainda que transitório, de alguns papéis, como Petrobras, que chegou a seguir o avanço do petróleo. Lá fora, os mercados oscilaram, ainda que tenham terminado majoritariamente no azul, entre indicadores mais fracos nos EUA e na Europa, balanços e a sinalização 'dovish' do Banco Central Europeu (BCE). A soma do noticiário político local mais pesado com o exterior volátil colocou os investidores em moedas na defensiva, o que resultou em alta de 0,41% do dólar ante o real, a R$ 5,2130 no mercado à vista. Na renda fixa, o câmbio e a cautela antes do IPCA-15 de julho, amanhã, puxaram os juros futuros de curto prazo para cima, dando força às apostas de aperto monetário de 1 ponto porcentual na reunião do Copom de agosto. Na ponta longa, passado o leilão do Tesouro e numa resposta técnica ao avanço das taxas curtas, houve devolução de prêmios, com pequena desinclinação da curva a termo.
  • BOLSA
  • CÂMBIO
  • MERCADOS INTERNACIONAIS
  • JUROS
BOLSA O Ibovespa mudou de sinal no meio da tarde - com Petrobras ON se ajustando então, ainda que moderadamente, à retomada da commodity (Brent a US$ 73 por barril) vindo de recente tombo, enquanto Vale ON e bancos limitavam as respectivas perdas -, em movimento que precedeu a melhora observada também nos índices de ações em Nova York, em recuperação pelo terceiro dia. Ao fim, o índice da B3 mostrava leve alta de 0,17%, a 126.146,66 pontos, entre mínima de 125.416,39 e máxima de 126.427,65, saindo de abertura a 125.929,74 pontos nesta quinta-feira, de giro ainda fraco, a R$ 26,1 bilhões. Na semana, com uma perda e três ganhos seguidos, acumula agora pequeno avanço de 0,15%, limitando a baixa do mês a 0,52% - em 2021, o Ibovespa sobe 5,99%. No encerramento, com Petrobras sem sinal único (ON +0,14%, PN -0,22%), as siderúrgicas (Usiminas +1,22%, Gerdau PN +0,86%) mostravam desempenho positivo, apesar da queda de 5,66% na cotação do minério de ferro na China (Qingdao), a US$ 202,63 por tonelada, nesta quinta-feira, após o gigante asiático ter reduzido a meta de produção de aço - Vale ON virou no fim e fechou em alta de 0,26%, na máxima do dia, a R$ 114,70. Na ponta do Ibovespa, destaque para Locaweb (+5,49%), Marfrig (+3,34%) e Cosan (+3,19%). No lado oposto, Banco Inter (-2,49%), Pão de Açúcar (-1,95%) e IRB (-1,50%). Entre as ações de grandes bancos, as perdas ficaram entre 0,78% (Bradesco PN) e 1,48% (BB ON). Com ganhos limitados a 0,36% (Nasdaq) no fechamento desta quinta-feira, os índices de Nova York se equilibraram entre a safra positiva de balanços trimestrais e dados econômicos que "não inspiram muito otimismo sobre a economia", como observa em nota Edward Moya, analista da OANDA nos Estados Unidos. Segundo ele, as "ações cíclicas" tiveram desempenho inferior na sessão, devido à "suavidade dos dados econômicos de hoje, as dificuldades na aceleração da conta de gastos em infraestrutura de Biden, e realização (de lucros)", com o mercado ainda à espera de sinais mais claros de que não haverá aperto prematuro na política monetária. Por outro lado, a manutenção da orientação na zona do euro, com a decisão e os comentários do Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira, trouxeram algum alívio, em semana que havia sido iniciada com retomada de temores sobre eventuais efeitos da variante Delta do coronavírus sobre a retomada econômica global. "O mercado local tem estado voltado para o internacional, acompanhando o que acontece lá fora. Hoje, contribuiu a decisão, a comunicação do BCE: o cenário ainda é de estímulos monetários e fiscais", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos. "Em julho, especialmente nos últimos dias, temos visto saída de recursos estrangeiros da B3 - que haviam sido, como de costume, fundamentais para a mais recente renovação de topo, no início de junho. Mas, mesmo com esta saída de recursos estrangeiros, o investidor doméstico, principalmente o institucional, tem segurado o Ibovespa, comprando", acrescenta Brito. "Temos um cenário ainda de retomada econômica para o segundo semestre, mantida a vacinação. Não vejo o mercado colocando preço no que chega da política: em algum momento, vai começar a olhar para 2022, e o governo tem buscado formar um capital político pensando nisso." "O Ibovespa trabalhou hoje na região dos 126 mil pontos, após ter chegado a ficar abaixo dos 125 mil na semana - o dólar, por outro lado, tem mostrado alta no curto prazo, agora negociado na casa de R$ 5,20. Nos Estados Unidos, houve aumento nos pedidos de auxílio-desemprego na semana até 17 de julho, o que nos mostra a necessidade, ainda, de um certo grau de estímulos na maior economia do mundo", diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos. Recentemente, no Brasil, a incerteza tem derivado até mais da política, estrito senso, do que da recuperação econômica, em andamento - mas, por enquanto, a atitude tem sido mais de observação do que de precificação. O mercado segue com atenção os desdobramentos em torno da reforma ministerial, em que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), cacique do Centrão, emerge agora, à frente da Casa Civil, como interlocutor entre o Palácio e o Congresso, em ministério considerado chave da Esplanada. De partida para um recriado Ministério do Emprego e Previdência, desmembrado da Economia, Onyx Lorenzoni abre espaço para o general reformado Luiz Eduardo Ramos, até então na Casa Civil, continuar no governo, na Secretaria-Geral da Presidência. Apesar dos elogios públicos, hoje, do ministro Paulo Guedes (Economia) tanto a Onyx como a Nogueira, o mercado está atento à ascensão, no Planalto, do bloco de apoio parlamentar, pelo que significará em avanço na agenda de interesse dos investidores, como reformas e privatização, após o fim do recesso, em agosto, bem como por eventual custo político - na forma de gastos públicos, em momento no qual a arrecadação federal tem surpreendido positivamente, deixando para trás preocupações que prevaleciam nos primeiros meses do ano sobre a situação fiscal. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 126146.66 0.17264 Máxima 126427.65 +0.40 Mínima 125416.39 -0.41 Volume (R$ Bilhões) 2.61B Volume (US$ Bilhões) 5.02B 17:31 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 126625 0.1582 Máxima 126815 +0.31 Mínima 125695 -0.58 CÂMBIO O noticiário político doméstico carregado, em meio à ampliação do espaço do Centrão no governo, e o ambiente externo menos propício ao risco fizeram o dólar interromper a sequência de dois pregões de queda para fechar em alta nesta quarta-feira, 22, com investidores recompondo posições defensivas. Com máxima de R$ 5,2242, o dólar à vista encerrou a sessão negociado a R$ 5,2130, avanço de 0,41%. Com isso, a moeda americana acumula valorização de 1,74% na semana e de 4,82% em julho. O real ainda se recente de ter tido o pior desempenho entre as moedas emergentes na segunda-feira, dia 19, quando uma onda de aversão ao risco dominou os mercados e levou a divisa dos EUA a fechar em alta 2,64%. Operadores e analistas atribuem parte da fraqueza da moeda brasileira ao clima de incertezas no campo político, em meio à perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, alvejado pela CPI da Covid, e aos temores de antecipação do calendário eleitoral. Bolsonaro confirmou hoje a troca de cadeiras na Esplanada dos Ministérios, com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos próceres do Centrão, assumindo o Ministério da Casa Civil no lugar do general Luiz Eduardo Ramos - que pode assumir a Secretaria Geral da Presidência, hoje ocupada por Onyx Lorenzoni. Caberá a Onyx ocupar o Ministério do Emprego e Previdência, que será criado a partir do desmembramento do Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes, da Economia, minimizou a perda da área de Emprego e Previdência, disse que a política econômica não muda e fez elogios tanto a Onyx quanto a Nogueira. Guedes também disse que já tem espaço no Orçamento para ampliação do Bolsa Família e voltou a defender a reforma do Imposto de Renda, com a taxação de lucros e dividendos. Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, após uma trégua com o recesso parlamentar, o noticiário em Brasília voltou a contaminar a formação da taxa de câmbio. "Quando o dólar tenta dar uma melhorada, aparecem novos fatos que geram instabilidade. Agora existe essa percepção de que o presidente está fragilizado e busca uma recomposição com o Centrão", afirma Galhardo. "Isso faz o mercado ficar muito arisco e buscar proteção no dólar enquanto não existe uma clareza do que vai acontecer". Pela manhã, o dólar até chegou a operar em queda e descer até a mínima de R$ 5,1694, em meio a muita volatilidade vinda do exterior, enquanto investidores absorviam dados ruins da economia americana e as declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que garantiu a continuidade dos estímulos monetários - o que tende a tirar força do euro. Dados fracos nos Estados Unidos - pedidos de auxílio desemprego acima do esperado na semana encerrada dia 17 e queda índice de atividade nacional elaborado pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Chicago em junho - lançam dúvidas sobre o ímpeto da economia americana. Ao mesmo tempo, os índices de inflação seguem pressionados, o que gera especulações sobre possível retirada de estímulos pelo Fed ainda neste ano. Lá fora, o DXY - que mede a variação da moeda americana em relação a seis divisas fortes - chacoalhou bastante, mas passou a trabalhar em alta ao longo da tarde. Em relação a divisas emergentes, o desempenho do dólar foi misto, com leve baixa em relação ao peso mexicano e alta firme ante o rand sul-africano após o Banco Central do país manter a taxa básica de juros em 3,5% ao ano. Para Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest, escritório plugado ao BTG Pactual, a despeito dos dados mais fracos da economia americana, o mercado segue muito assustado com a inflação e a possível reação do Fed. "Temos a safra de balanço nos Estados Unidos agora e, em todos os comentários de resultados de instituições financeiras, aparece essa preocupação com a inflação", diz Friedrich, que vê acredita em dólar na casa de R$ 5,30 no curto prazo. Em nota a clientes, Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Reserch Independente, afirma que uma "nova onda" de valorização do dólar "está em andamento" , em meio a um cenário de muita fragilidades da economia global e com a inflação alta nos Estados Unidos, o que pressiona o Fed. Para Rytenband, o Brasil tem fragilidades, com o cenário político instável, taxas de juro ainda pouco atraentes, apesar do ciclo de aperto monetário, e provável reversão da dinâmica das contas externas, hoje favorável, com a retomada do crescimento econômico. Na B3, o dólar futuro para agosto operava em alta de 0,33%, a R$ 5,21150, com giro de baixo, inferior a US$ 10 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) MERCADOS INTERNACIONAIS Após sinalizações mistas para a economia durante a manhã, os juros dos Treasuries ficaram sem direção única e as bolsas em Nova York oscilaram entre leves altas e baixas, com as ações de tecnologia puxando os ganhos e os bancos liderando as perdas. Na Europa, as bolsas se sustentaram no positivo, com exceção de Londres, que foi pressionada pela queda de mais de 5% das ações da Unilever após divulgação de balanço. A postura "dovish" do Banco Central Europeu (BCE) pressionou o euro. O petróleo, por sua vez, acumulou mais uma alta e ultrapassou os níveis da última sexta-feira, recuperando as perdas após cair mais de 7% no começo desta semana. Na visão de Edward Moya, analista da OANDA, as ações cíclicas estão com desempenho inferior devido à "suavidade nos dados, dificuldades na aceleração da conta de gastos com infraestrutura do presidente Joe Biden, realização de preços mais altos e expectativas de que o Federal Reserve (Fed) e o BCE não irão apertar prematuramente" suas políticas. A alta inesperada nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na última semana impactou os mercados, que também foram influenciados pelas publicações de balanços. Por sua vez, o Nasdaq, "que é pesado em tecnologia, está tendo um desempenho superior devido ao nervosismo de curto prazo sobre a economia", aponta Moya. Algumas ações de grandes empresas de tecnologia tiveram altas relevantes, como Facebook (+1,43%), Apple (+0,96%) e Amazon (+1,47%). Com balanço hoje, a American Airlines recuou 1,12%. Com resultados a serem publicados após o fechamento dos mercados, Intel (-0,48%) e Twitter (+0,04%) seguiram direções distintas. A AT&T, que divulgou números acima do esperado, ganhou 0,32%. Os bancos, por sua vez, tiveram desempenho negativo, e limitaram os ganhos do Dow Jones. JPMorgan (-1,26%) e Wells Fargo (-1,68%) estiveram entre os recuos. Neste cenário, o Dow Jones subiu 0,07%, o S&P 500 avançou 0,20% e o Nasdaq teve ganho de 0,36%. Na Europa, a Unilever caiu 5,87% após balanço, e pressionou o FTSE 100, em Londres, a uma queda de 0,43%. No continente, em Frankfurt, o DAX avançou 0,60%, e o CAC 40, em Paris, teve ganho de 0,26%. Os resultados observaram a decisão do BCE, que, segundo a Capital Economics foi mais "dovish" do que o esperado. "O banco estabeleceu uma meta mais alta do que poderia ter feito para dar início à elevação de juros", diz a consultoria. Para Moya, o BCE está esperando para ver melhor o cenário para se movimentar, "por causa da pandemia, vacinação e inflação". Desta forma, o euro pode ficar preso em uma faixa até a decisão de política monetária de 9 de setembro, projeta. A moeda comum operou em baixa ante ao dólar, e era cotada a US$ 1,1767 no fim da tarde em Nova York. Maior componente do índice DXY, que mede o dólar ante seis pares, a queda do euro impulsionou o marcador a uma alta de 0,07%, para 92,822 pontos. O dólar, porém, recuou a 110,174 ienes. Com a decisão do Banco Central da África do Sul de manter a política monetária hoje, o que era esperado por analistas, o rand se desvalorizou ante ao dólar, e a moeda americana era cotada a 14,702 rands. Moya descreve um cenário em que a recente alta nos rendimentos dos Treasuries chegaram a uma parada brusca na sessão. Além de acompanhar os indicadores, o mercado de títulos observou um leilão de US$ 16 bilhões em títulos atrelados à inflação (TIPS) de 10 anos, que registrou yield de -1,016%. A demanda pelos títulos ficou abaixo da média recente. Os títulos longos operaram em baixa, e a T-note de 2 anos avançou, e subia 0,206%. Já o da T-note de 10 anos recuava a 1,256% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,897%. O petróleo retomou o nível da última semana, após o "sell-off" inspirado pelo temor com a variante delta do coronavírus. O Barclays nota forte volatilidade no mercado nos últimos dias, mas avalia que a dinâmica de oferta e demanda aponta "para uma continuação lenta da alta dos preços nos próximos meses". O WTI para setembro avançou 2,29% (US$ 1,61), a US$ 71,91, enquanto o do Brent para o mesmo mês subiu 2,16% (US$ 1,56), a US$ 73,79. A conferência B World foi especialmente observada pelos investidores de criptmoedas, e "era exatamente o necessário para ajudar a dar um impulso ao bitcoin", na visão de Moya. O CEO da Tesla, Elon Musk, um dos grandes responsáveis pela volatilidade do ativo, afirmou que possui investimentos em bitcoin, e que sua empresa está disposta a voltar a aceitar pagamentos na criptomoeda depois de ter observado avanços de sustentabilidade para a mineração. Desde então, o ativo vem acumulando alta, e o contrato para julho era cotado a US$ 32.300,00. Segundo Moya, o ímpeto está crescendo e os preços podem facilmente subir para algo em torno de US$36.000. (Matheus Andrade - [email protected]) JUROS Os juros fecharam a quinta-feira com viés de alta nos vencimentos curtos e de queda nos longos. Em mais um dia sem condutores capazes de dar dinâmica clara às taxas e de agenda esvaziada, o mercado especulou com o exterior, a política e um eventual IPCA-15 de julho mais forte amanhã, o que ajuda a explicar a desinclinação da curva. O movimento de reforço das apostas de aperto de 0,75 ponto porcentual da Selic no Copom de agosto visto nos últimos dias estancou e o mercado voltou a ficar mais dividido em relação à possibilidade de aceleração no ritmo para 1 ponto porcentual. O leilão do Tesouro contribuiu para a volatilidade, embora com volumes e risco da operação (DV01) menores do que a anterior. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular em 5,82%, de 5,79% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 7,128% para 7,185%. O DI para janeiro de 2025 fechou a 8,11% (de 8,125% ontem) e o DI para janeiro de 2027 a 8,55%, de 8,573%. Nas mesas de renda fixa, profissionais acreditam que o recuo no nível de inclinação possa ser resultado de um posicionamento mais conservador dos agentes para o IPCA-15, combinado à expectativa de manutenção dos estímulos de liquidez pelos principais bancos centrais em função de dados mais fracos hoje de atividade nos EUA e sinalização neste sentido do Banco Central Europeu (BCE) mais cedo. Hoje, saíram números de pedidos de auxílio desemprego americano acima do esperado e de forte recuo no índice de atividade do Fed de Chicago. Já o BCE indicou que terá de manter sua política monetária em níveis estimulativos diante das ameaças da variante delta sobre a economia. A instabilidade externa trouxe volatilidade para a curva, reforçada pelo leilão do Tesouro. Em relação ao anterior de mesmos vencimentos, os lotes foram menores, com o de LTN passando de 11,5 milhões para 10 milhões e o de NTN-F, de 1 milhão para 450 mil. Com isso, o DV01, segundo a Renascença, caiu 28,6% ante a operação do dia 8. À tarde, passado do leilão, as taxas longas começaram a cair em sintonia com a aceleração da queda do rendimento da T-Note de dez anos. Nos EUA, o Tesouro também fez leilão, de US$ 16 bilhões em títulos atrelados à inflação (TIPS) de 10 anos registrou yield (retorno) de -1,016% e demanda abaixo da média. O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, afirma que os mercados em geral têm sido reféns da volatilidade trazida pelos sinais da pandemia, com dados econômicos divergentes e preocupações com a expansão da variante delta. Ele vê, por exemplo com preocupação, a redução no ritmo de vacinação nos EUA. "Praticamente pararam de vacinar", disse. Na última hora de negócios, as taxas curtas bateram máximas, com os ajustes de posições antes do IPCA-15. Segundo a pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana das estimativas é de 0,65%, taxa que, se confirmada, será mais baixa do que a de junho (0,83%). Entre os preços de abertura do índice, a previsão é de arrefecimento de núcleos, administrados e demais medidas, com exceção de serviços, justamente o segmento ao qual o Banco Central parece estar bastante sensível e pode pesar na decisão sobre ampliar ou não o ritmo de aperto da Selic. Flávio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, lembra que as coletas diárias de preços da FGV ficaram estáveis de ontem para hoje, mas vinham subindo bem nos últimos dias, "com alimentação piorando e geadas pegando os itens in natura", embora, na sua avaliação a piora nesta semana, em tese, tenderia a exercer mais influência no IPCA fechado. Na precificação de Selic na curva, segundo seus cálculos, a probabilidade de alta de 0,75 ponto, que ontem era em torno de 60%, hoje caiu um pouco, para 55%, ao passo que a chance de 1 ponto avançou de 40% para 45%. Na política, sobre o desmembramento do Ministério da Economia para voltar a acomodar a área de Emprego e Previdência, o mercado viu com bons olhos o fato de que o atual secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, será o número 2 da pasta, como "secretário geral" de Onyx Lorenzoni. "Com isso, é de se imaginar que Paulo Guedes (ministro da Economia) continuará exercendo influência", disse o estrategista de renda fixa da Tullett Prebon Vinícius Alves. (Denise Abarca - [email protected])
Gostou do post? Compartilhe:
Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?