ATIVOS BRASILEIROS TÊM CORREÇÃO POSITIVA, À ESPERA DE PEC DOS PRECATÓRIOS E SEM NY

Com liquidez mais enxuta, devido ao feriado nos EUA, e sem grandes novidades sobre a PEC dos Precatórios, os ativos brasileiros tiveram um pregão de ajuste positivo ante a deterioração recente. Afinal, segue no radar dos investidores a possibilidade de uma solução para o Auxílio Brasil, via mudança no teto de gastos, na próxima semana. Além disso, mesmo após o IPCA-15 levemente acima da mediana prevista, apostas na aceleração do ritmo de alta da Selic perderam força, o que também dá sua contribuição para a tomada de risco. No caso específico da Bolsa, a alta das ações da Petrobras, diante das boas perspectivas de dividendos apresentadas pela estatal, e a valorização dos bancos impulsionaram o índice, que chegou a ser negociado acima de 106 mil pontos. Assim, em dia de ganhos para as bolsas europeias, o Ibovespa engatou o terceiro pregão seguido de alta, ao subir 1,24%, aos 105.811,25 pontos. Nessas sessões, acumulou avanço de 3,61%. Os mesmos fatores macro direcionaram o câmbio doméstico e, num dia em que o índice DXY do dólar caiu, a moeda norte-americana acabou com baixa de 0,53%, a R$ 5,5650 no mercado à vista. Já na renda fixa, a queda das taxas perdeu força nos minutos finais de negócios, mas nada que atrapalhasse a leitura de que o Banco Central, mesmo depois do IPCA-15, deve manter o ritmo de ajuste da Selic em 1,5 ponto porcentual, especialmente após declarações do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, consideradas dovish. Lá fora, com todos os mercados dos EUA fechados devido ao feriado do Dia de Ação de Graças, o petróleo teve leve queda, aguardando sinais da Opep sobre oferta da commodity.

BOLSA

Em sua melhor sequência desde o intervalo entre 21 e 23 de setembro, quando havia progredido 5.220 pontos em avanço de 4,79%, o Ibovespa costurou nesta quinta-feira a terceira alta consecutiva, algo que não ocorria desde a série entre 9 e 11 de novembro, quando o ganho foi de 2,68%, referente a expansão de 2.813,54 pontos no período. Hoje, o índice da B3 subiu 1,24%, aos 105.811,25 pontos, acumulando recuperação de 3,61%, em torno de 3,7 mil pontos desde o fechamento negativo da segunda-feira, com ganho até aqui na semana a 2,69% e a 2,23% em novembro – no ano, cede 11,10%. Com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, sem mercado em Nova York, o giro ficou em R$ 26,6 bilhões.

“A votação da PEC dos Precatórios ficou para a próxima semana no Senado, e se permanecer conforme já foi indicado, pode abrir espaço para um pouco mais de recuperação, embora se tenha uma situação ainda de alerta (quanto ao fiscal)”, diz Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest, observando também que a retomada do Ibovespa nas últimas sessões foi muito condicionada pelo bom desempenho das ações de Petrobras e de bancos, com o mercado reagindo especialmente à sinalização sobre dividendos da estatal.

“O Conselho (da Petrobras) aprovou a revisão de sua política de remuneração aos acionistas e definiu remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões para exercícios em que o preço médio do Brent for superior a US$ 40 o barril”, aponta em nota a Terra Investimentos, chamando atenção também para investimento de US$ 68 bilhões entre 2022 e 2026, “24% maior comparado ao período entre 2021 e 2025, mas ainda aquém dos US$ 75,7 bi para cinco anos anunciados no final de 2019, antes da pandemia”.

“A Petrobras estima que a distribuição de dividendos aos acionistas somará entre US$ 60 bilhões e US$ 70 bilhões até 2026, sendo US$ 20 a US$ 25 bilhões destinados à União”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. “O diretor financeiro da Petrobras, Rodrigo Araujo, disse que a antecipação da meta para o endividamento abre uma nova fase para a companhia, que a partir de 2022 deverá conseguir distribuir dividendos equivalentes a cerca de 60% do fluxo de caixa operacional após investimentos”, acrescenta.

Por sua vez, a demanda por ações de bancos nesta quinta-feira respondeu à apresentação, em Brasília, em cerimônia no Palácio do Planalto, do projeto de lei sobre o Novo Marco de Garantias, que pretende resgatar o uso de hipoteca como modalidade de garantia no mercado de crédito brasileiro. Hoje, segundo nota do Ministério da Economia, o mecanismo é usado em apenas 6% das operações de crédito imobiliário, em razão de insegurança jurídica, que o projeto pretende suprimir com o aperfeiçoamento legal.

Nesta quinta-feira, Petrobras ON e PN fecharam respectivamente em alta de 4,13% e 4,41%, enquanto os ganhos nas ações de grandes bancos ficaram entre 0,39% (Bradesco ON) e 5,19% (BB ON, na máxima do dia no fechamento). Destaque também para o setor de utilities, em especial Eletrobras (PNB +2,32%, ON +2,47%) e siderurgia (CSN ON +2,23%), enquanto Vale ON fechou em baixa de 0,68% após uma sequência de recuperação do papel, com a retomada recente no preço do minério de ferro – nesta quinta-feira, em leve baixa de 0,39% em Qingdao, na China.

Na ponta do Ibovespa, destaque para Gol (+9,69%), Banco Pan (+8,27%), CVC (+6,87%) e Eztec (+5,57%). No lado oposto, Marfrig (-2,86%), JBS (-2,45%) e Intermédica (-2,17%).

Na agenda macro desta quinta-feira, embora as indicações de ontem do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, lidas como “dovish”, tenham contribuído para acalmar o mercado, a prévia da inflação oficial de novembro, o IPCA-15, divulgada hoje a 1,17%, a mais alta para o mês desde 2002, coloca a variação acumulada em 12 meses a 10,73%, vindo de 10,34% no intervalo até outubro. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

18:32

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 105811.25 1.24104

Máxima 106400.41 +1.80

Mínima 104514.19 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.66B

Volume (US$ Bilhões) 4.77B

18:32

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 106475 1.51595

Máxima 106865 +1.89

Mínima 104780 -0.10

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CÂMBIO

Em dia de liquidez bastante reduzida, dada a ausência do mercado americano, fechado por causa do feriado do Dia de Ação de Graças, o dólar emendou o segundo pregão seguido de queda, na esteira de valorização dos ativos domésticos, cujos preços estariam em patamares muito atraentes.

As mínimas da sessão vieram no início da tarde, quando a moeda americana tocou momentaneamente a casa de R$ 5,54 – movimento atribuído por operadores à forte venda realizada por uma instituição financeira. A desaceleração das perdas do dólar no restante da etapa matutina foi atribuída a ajustes técnicos naturais e realização de lucros.

Ainda paira no mercado, contudo, certa cautela em torno do andamento da PEC dos Precatórios no Senado, dada as pressões dos partidos por alterações no texto. Dessa forma, não caíram bem as declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que não pode garantir que o texto será votado na próxima semana. Mais cedo, havia ecoado positivamente no mercado a retirada da indexação do Auxílio Brasil à inflação da Medida Provisória que cria o programa, cujo texto-base foi aprovado hoje na Câmara dos Deputados.

Há quem avalie que a aprovação da PEC dos Precatórios sem grandes alterações, com desenlace da novela do Orçamento de 2022, pode levar a uma redução dos prêmios de risco e, por tabela, dar fôlego ao real no curto prazo.

Pela manhã, a alta de 1,17% do IPCA-15 em novembro, embora acima da mediana de Projeções Broadcast (1,14%), não chegou a ter grande influência na formação da taxa de câmbio, embora no mercado de juros tenham sido reduzidas as apostas em aceleração do aperto monetário, com alta da Selic em 2 pontos porcentuais em dezembro.

Afora uma leve alta logo na abertura, o dólar trabalhou em queda durante todo o pregão, respeitando a correlação tradicional com o Ibovespa, que subia mais de 1%, escorado, sobretudo, nas ações de Petrobras, que teve seu plano estratégico para os próximos anos bem recebido pelo mercado.

Com máxima a R$ 5,5983 e mínima de R$ 5,5490 (-0,82%), o dólar à vista fechou a R$ 5,5650, em queda de 0,53% – o que leva a um recuo de 0,78% na semana e de 1,44% em novembro. Na B3, o volume negociado do contrato de dólar futuro para dezembro estava na casa de R$ 5,6 bilhões, bem abaixo da faixa vista normalmente, de US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões.

Lá fora, a moeda americana tem comportamento misto frente a emergentes, embora avance frente ao peso mexicano e o rand sul-africano, principais pares do real. Já o índice DXY – que mede a variação do dólar frente a seis divisas fortes – tem ligeira baixa após ter tocado ontem nas máximas desde julho de 2020, impulsionado pelos sinais de que o Federal Reserve, cuja ata mais recente foi divulgada ontem, pode acelerar o ‘tapering’ e antecipar a alta de juros.

A despeito do alívio recente no câmbio, o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, não vê espaço para uma rodada de apreciação do real. Ele argumenta que a sinalização do Banco Central de que pode manter o ritmo atual de alta da Selic, em 1,5 ponto porcentual por reunião, e a ausência de um fluxo cambial forte dão certa rigidez à taxa na faixa de R$ 5,50. Além disso, há a pressão vinda de fora, com a moeda americana ganhando terreno. “Há possibilidade de o Fed de acelerar o ritmo de redução das compras de títulos no primeiro trimestre de 2022, com um sinal de que o aperto dos juros nos EUA poderia ser até junho”, afirma Velho.

Pela manhã, o BC divulgou que o resultado das contas correntes ficou negativo em US$ 4,464 bilhões em outubro, pouco abaixo da mediana de Projeções Broadcast (US$ 5 bilhões), mas acima do esperado pelo próprio BC (US$ 4,2 bilhões). Já os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 2,493 bilhões no mês passado, abaixo da mediana das projeções (US$ 4 bilhões)

Na avaliação do economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flavio Serrano, os últimos meses mostraram piora na margem da conta corrente. Ele pondera, contudo, que os ingressos de recursos têm sido suficiente para financiá-la. “No horizonte mais longo, o déficit em conta corrente na casa de 1,7% do PIB e o IDP em 3,1%. É tranquilo do ponto de vista de financiamento estrutural do balanço de pagamentos”, afirmou. (Antonio Perez – [email protected])

18:32

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.56500 -0.5326 5.59830 5.54900

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5570.500 -0.75717 5603.000 5553.000

DOLAR COMERCIAL 5606.500 -0.71719 5632.000 5593.000

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JUROS

Os juros perderam fôlego de queda na reta final da sessão regular, com as taxas curtas reduzindo bastante o movimento e as longas virando para alta, em postura atribuída a uma realização de lucros após o alívio de prêmios visto nos dois últimos dias. Porém, liquidez foi fraca, decorrente da ausência dos mercados em Nova York. Até então, as taxas davam sequência ao recuo de ontem, a despeito do IPCA-15 de novembro ter superado a mediana das estimativas. O sinal de baixa que prevaleceu ao longo da quinta-feira continuou refletindo a sinalização do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dada ontem e lida como dovish e também o leilão de prefixados com risco menor para o investidor. O mercado reduziu as apostas num Copom mais agressivo e, tanto na curva dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) quanto nas opções digitais da B3, a percepção de que o ritmo de alta da Selic será mantido em 1,5 ponto ganhou terreno.

A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 12,095% (regular) e 12,07% (estendida), de 12,146% ontem no ajuste. Na mínima, chegou a furar os 12% (11,995%). O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 11,86% (regular) e 11,85% (estendida), de 11,835% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 11,733% para 11,81% (regular) e 11,78% (estendida).

Como era de se esperar, sem os mercados em Nova York em função do feriado de Ação de Graças, o volume negociado foi abaixo do padrão, comprometendo principalmente o desempenho da ponta longa, mais sensível aos eventos externos e que, assim, ficou meio à deriva. O DI para janeiro de 2027 movimentou cerca de 61 mil contratos, menos da metade dos 136.352 da média diária dos últimos 30 dias.

Na maior parte do dia, o tom geral do mercado foi de queda. “Poderia ser influência do feriado lá fora, mas também vale destacar a interpretação dos investidores para a fala do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que a perseguição à meta de 2022 teria menor peso na tomada de decisão do Copom”, afirmam os economistas do Banco Original, em relatório.

Com as declarações de Campos Neto ainda ecoando, o mercado aceitou sem traumas o desvio para cima do IPCA-15 (1,17%) em relação à mediana das estimativas (1,14%), parecendo ver como “lucro” o fato de que, ao menos, o índice não estourou o teto das expectativas, de 1,23%. “O mercado estava preparado para um desastre, mas veio só ruim”, atesta um gestor. De todo modo, qualitativamente, a leitura do indicador foi negativa, com núcleos e índice de difusão pressionados. A taxa desacelerou ante outubro (1,20%), mas foi a maior para meses de novembro desde 2002 (2,08%) e em 12 meses avançou a 10,73%, mais que o dobro do teto da meta de inflação de 5,25% de 2021.

Na avaliação da equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual, no curto prazo, o balanço de riscos deve ser mais negativo para o mercado local. “A deterioração da percepção de risco no Brasil, decorrente das incertezas do cenário fiscal e político, somada às expectativas de um aperto monetário mais célere nos EUA devem manter o dólar em patamar elevado, o que seguirá deixando o preço de bens comercializáveis em nível alto”, afirmam os profissionais da instituição. Avaliam ainda que o fato de este ser o segundo mês consecutivo de surpresa no IPCA-15, com a elevação das medidas de núcleo, pode colocar maior pressão sobre a próxima decisão do Copom, em dezembro.

Na precificação da curva a termo, a probabilidade de alta de 2 pontos porcentuais da Selic no próximo encontro, que ontem estava na casa dos 70%, hoje arrefeceu para 66%, enquanto a chance de aperto de 1,5 ponto avançou de cerca de 30% para 34%. No fim de 2021, a curva precificava taxa básica de 9,58% e no fim de 2022%, de 12,72%. Os cálculos são do Banco Mizuho.

Com o cenário de preços preocupante, a chance de Federal Reserve antecipar o aperto monetário e as incertezas do quadro fiscal, a avaliação dos players é de que movimentos de queda nas taxas tendem a ser pontuais, com o investidor escolhendo algumas janelas de oportunidade, como o feriado em Nova York, para se expor ao risco.

O bom comportamento da curva ao longo da quinta-feira também teve contribuição do Tesouro, que reduziu o lote de prefixados mais longos, que normalmente puxam para cima o risco da operação. O DV01 do leilão foi 5% menor, segundo a Necton Investimentos. O Tesouro ofertou 650 mil NTN-F, ante 1,5 milhão na semana passada, mas vendeu apenas 300 mil. Tanto a redução da oferta quanto o pouco apetite pelos papéis são vistos como sintomas do feriado nos Estados Unidos, uma vez que os títulos longos são os preferidos pelos não residentes. (Denise Abarca – [email protected])

18:32

Operação   Último

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 8.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 7.65

Over Selic (%a.a) 7.65

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MERCADOS INTERNACIONAIS

Com o feriado de Ação de Graças nos EUA, os mercados no exterior operaram com baixa liquidez. O foco do dia esteve na divulgação da ata da reunião de política monetária mais recente do Banco Central Europeu (BCE), na qual dirigentes observaram uma inflação mais persistente do que o previsto. O documento deu leve impulso ao euro, que subiu ante o dólar. No Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, demonstrou preocupação com o risco de persistência dos choques de oferta. No mercado de commodities, o dia foi de ajuste, com o petróleo devolvendo parte das altas recentes, enquanto investidores seguem atentos à resposta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) à liberação de reservas do óleo por outros países.

O Morgan Stanley avalia que a ata da reunião de outubro do BCE sinaliza uma normalização gradual da economia, com o programa emergencial de compra de ativos, o PEPP, se tornando mais flexível. No entanto, desde a reunião de outubro, a perspectiva econômica piorou, com a nova onda de covid-19 provendo riscos adicionais, diz o banco.

Para o ING, o BCE quer manter todas as suas opções abertas. Para além de reconhecer a possibilidade de uma inflação mais alta no médio prazo, não há outras grandes surpresas na ata apresentada. Nas semanas mais recentes, diversos dirigentes da instituição – especialmente Isabel Schnabel – demonstravam dúvidas quanto às perspectivas inflacionárias. “A ata publicada hoje referente à reunião de outubro mostrou que as visões da inflação foram um tanto atualizadas, embora ainda haja muita incerteza”, afirma o banco holandês. Em evento do Conselho Econômico do CDU, Schnabel defendeu que a atual inflação na zona do euro é movida, em parte, por efeitos estatísticos. Para a dirigente, os preços devem desacelerar no médio prazo.

O presidente do BoE, Andrew Bailey, também disse esperar que os choques de oferta, que causam risco inflacionário, sejam temporários. No entanto, alertou para o risco de que esse desequilíbrio com a demanda se torne duradouro.

No fim da tarde de Nova York, o euro subia a US$ 1,1211, a libra tinha baixa para US$ 1,3324 e o dólar caía a 115,37 ienes. O índice DXY, por sua vez, recuou 0,10%, a 96,774 pontos, depois de ter registrado as máximas desde julho de 2020 na sessão de ontem.

Na Turquia, a crise monetária está levando os cidadãos a trocarem a moeda nacional por dólares, reportou a Dow Jones Newswires. A desvalorização da divisa turca já minou quase duas décadas de ganhos econômicos, de acordo com a reportagem. Neste fim de tarde, o dólar caía a 12,0074 liras, após ter superado a marca de 13 liras nesta semana.

O enfraquecimento do dólar ante rivais, entretanto, não foi suficiente para impulsionar as commodities nesta sessão. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para fevereiro caiu 0,16% (US$ 0,13), a US$ 80,90 por barril. No pregão eletrônico da Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para janeiro operou em queda de 0,46% (US$ 0,36), a US$ 78,03 o barril.

Operadores aguardam sinais da Opep sobre a liberação de reservas estratégicas de petróleo já confirmada pelos EUA, China, Índia e Japão. Os Emirados Árabes Unidos, membro da Opep, disseram estar totalmente comprometidos com o acordo da organização. O ministro de energia do país disse não ver sentido em elevar a oferta de petróleo, quando indicadores apontam para superávit no primeiro trimestre de 2022, reportou a Reuters. O porta-voz do Ministério do Petróleo no Iraque disse ainda que o atual esquema deve ser mantido no próximo ano.

Em relatório, a Capital Economics avalia que o esforço conjunto anunciado pelos grandes consumidores do petróleo deveria significar maior oferta no mercado, mas virá quando já haverá excesso da commodity. O maior risco, na visão da consultoria, é que essa liberação incentive a Opep+ a interromper ou desacelerar o seu aumento de produção. (Ilana Cardial – [email protected])