ARRECADAÇÃO FORTE E BOLSAS DE NY ATENUAM PERDAS DE ATIVOS DOMÉSTICOS PÓS-TURQUIA

Ainda que a troca abrupta do presidente do Banco Central da Turquia permaneça como um fator de risco para os emergentes, as perdas dos ativos brasileiros foram suavizadas na etapa da tarde. O movimento de baixa permaneceu, mas a Bolsa fechou longe das mínimas e até retomou pontualmente os 115 mil pontos, enquanto o dólar e os juros futuros ficaram no encerramento distantes das máximas da sessão. O Ibovespa terminou em 114.978,86 pontos (-1,07%), a moeda americana subiu a R$ 5,5179 (+0,59%) e o DI janeiro 2027 foi a 8,22%. Dois foram os fatores que puxaram este relativo alívio, a partir do meio da tarde. Localmente, o mercado recebeu bem os números fortes da arrecadação de fevereiro, que somou R$ 127,747 bilhões, o melhor resultado para o mês da série histórica da Receita Federal. A cifra veio perto do teto do Projeções Broadcast, que era de R$ 129,03 bilhões – a mediana estava em R$ 124,7 bilhões, e reforça o discurso da equipe econômica de que a atividade estava se recuperando até ser golpeada pela nova onda da covid-19. Na coletiva da divulgação dos números, o ministro Paulo Guedes reconheceu os efeitos do recrudescimento da pandemia nos últimos dias, que chamou de “pancada”, mas informou que a arrecadação até meados de março seguia na mesma toada que a de fevereiro. Ele se comprometeu novamente a estimular a vacinação em massa e defendeu imunizar a camada mais vulnerável da população “em dois ou três meses” para garantir o retorno desse grupo à normalidade econômica. No front externo, as bolsas de Nova York tiveram ímpeto renovado nas horas finais da sessão, em meio à trégua na escalada dos rendimentos dos Treasuries. O Dow Jones subiu 0,32% e o Nasdaq avançou 1,23%. Vale notar que até mesmo a lira turca reduziu fortemente as perdas ao longo do dia. O dólar chegou a saltar 17% ante a moeda e valia, no fim da tarde, cerca de 7,75 liras turcas (+7,5%).

BOLSA

A arrecadação de impostos e contribuições federais a R$ 127,7 bilhões em fevereiro, o melhor resultado para o mês da série histórica, contribuiu para retirar parte da pressão sobre o dólar e o Ibovespa observada desde cedo, em dia desfavorável aos emergentes após a demissão do presidente do BC turco, na noite de sexta-feira, por Recep Erdogan – o que reforça o sinal de que o intervencionismo político na economia e nas finanças públicas ainda é opção neste conjunto de países. A demissão da autoridade monetária na Turquia veio dois dias depois de uma elevação dos juros, a 19% ao ano, em tentativa de conter a inflação, perto de 16%.

Ao final da sessão de hoje, o principal índice da B3 mostrava perda de 1,07%, aos 114.978,86 pontos, entre a máxima de 116.224,73 e a mínima da sessão, de 113.619,52, com abertura a 116.222,06 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,2 bilhões nesta segunda-feira – no mês, o Ibovespa avança 4,49%, limitando as perdas do ano a 3,39%.

Apesar do dia majoritariamente positivo nas bolsas do exterior, principalmente em Nova York, onde os ganhos hoje chegaram a 1,23% (Nasdaq) no fechamento, com acomodação dos rendimentos dos Treasuries, especialmente dos vencimentos longos, paira a preocupação quanto a uma terceira onda de pandemia na Europa, que viu protestos neste fim de semana no Reino Unido, na França e na Alemanha, e prorrogação do lockdown neste último país, sinalizada hoje, até 18 de abril.

“O pacote de emergentes foi afetado pelo episódio da Turquia, mas, para além disso, o mercado está começando a olhar com atenção a possibilidade de terceira onda de covid, o que se refletiu hoje no fechamento das taxas de 10 e 30 anos (yields), nos Estados Unidos, e neste avanço do Nasdaq, bem mais forte do que o do S&P 500”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, que tem como cenário-base PIB em alta de 3,63% no fechamento do ano no Brasil e IPCA a 5%, com um segundo semestre de recuperação, com as vacinas.

O curtíssimo prazo, contudo, ainda é condicionado pela pandemia. “Após atingir 294 mil mortes por coronavírus no fim de semana, o Brasil segue no pior momento da crise sanitária, o que motivou governos estaduais a adotarem novas medidas de isolamento. Na Europa, existe preocupação com terceira onda da doença, que já levou a medidas restritivas em países como França, Itália, Alemanha e Holanda. Nesse cenário, a reação dos investidores é de aversão a risco, pela incerteza sobre a recuperação econômica”, aponta Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos.

“À tarde, o gatilho que acabou por se impor foi a arrecadação federal, que contribuiu para amenizar um dia ruim desde cedo, com queda nos preços do minério de ferro (-2,71% no fechamento em Qingdao, China), preocupação sobre os emergentes após a demissão no BC turco e incerteza sobre a evolução da covid, especialmente na Europa”, diz Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest.

“A queda de 6% (no minério de ferro) nesta madrugada, após atingir nova máxima do ano neste mês, deve-se a notícias de que o governo chinês irá apertar o cerco sobre o polo industrial de Tangshan, que responde por um quarto da produção de aço chinês”, observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Autoridades no polo siderúrgico de Tangshan anunciaram planos de coibir a produção das empresas locais até o fim de 2021, em um esforço para controlar emissões.

Assim, as ações de mineração e siderurgia estiveram entre as perdedoras do dia, com Vale ON em baixa de 1,66%, Usiminas, de 3,09%, Gerdau PN, de 3,04%, e CSN, de 1,71%. Destaque também para perdas de 2,00% na PN e de 1,87% na ON de Petrobras. A perspectiva de recrudescimento da pandemia na Europa pressionou em especial as ações de empresas ligadas à mobilidade, com Embraer (-7,44%), Azul (-6,10%) e Gol (-3,63%) segurando a ponta negativa do Ibovespa na sessão.

No lado oposto, Pão de Açúcar fechou em alta de 5,05%, à frente de Minerva (+3,26%) e Marfrig (+2,44%). O câmbio favorável para as exportadoras e a alta de 34,4% nas importações chinesas de carne bovina no primeiro bimestre do ano, divulgada pela Administração Geral de Alfândega da China (Gacc, na sigla em inglês), contribuíram para o avanço dos frigoríficos. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:20

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 114978.86 -1.06927

Máxima 116224.73 0.00

Mínima 113619.52 -2.24

Volume (R$ Bilhões) 3.01B

Volume (US$ Bilhões) 5.46B

17:30

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 115125 -0.63867

Máxima 116130 +0.23

Mínima 113645 -1.92

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York intensificaram os ganhos nesta tarde e fecharam em alta, beneficiadas pela trégua na escalada dos juros dos Treasuries. Investidores no exterior foram em busca de ativos em economias avançadas para se proteger da piora no quadro de emergentes, após o presidente da Turquia, Recep Erdogan, voltar a trocar o comandado do Banco Central local. Com a decisão, o dólar saltou quase 8% ante a lira turca, mas se desvalorizou na comparação com a maior parte dos rivais. Já o petróleo abrandou o ritmo ascendente, em meio a preocupações quanto ao recrudescimento da pandemia, que levou Alemanha a estender o lockdown no país até 18 de abril. Também no radar das mesas de operações, os Estados Unidos encabeçam o grupo de potencias ocidentais que impuseram sanções à China por supostos abusos de direitos humanos, contribuindo para as crescentes tensões com o gigante asiático.

Os rendimentos dos Treasuries aparentaram estabilização nesta segunda-feira, depois da volatilidade recente causada pelo aumento das expectativas para a inflação. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos cedia a 0,145%, o da T-note de 10 anos, a 1,684% e o da T-bond de 30 anos, a 2,385%. “Desdobramentos na Turquia levaram a uma fuga por ativos de segurança, o que derrubou o yield da T-note de 10 anos para baixo de 1,7%”, explica o analista Joe Manimbo, do Western Union.

Na última sexta-feira, o líder russo Erdogan destituiu Naci Agbal da presidência do BC local, insatisfeito com o aperto da política monetária. Em seu lugar, entrou Sahap Kavcioglu, que será o quarto nome à frente da instituição em apenas dois anos. O principal temor de analistas é o de que a medida prejudique a credibilidade do banco central e contamine economias semelhantes. Mas, na visão da Capital Economics, apesar do choque de hoje, é improvável que o contágio a emergentes seja muito grave. “O risco de sérias tensões no balanço de pagamentos parece muito mais limitado. As reservas em moeda estrangeira mais do que cobrem as necessidades de financiamento externo no próximo ano”, explica.

Seja como for, a lira turca teve forte depreciação na sessão de hoje, quando chegou a despencar 17%. Próxima do fechamento da reportagem, o dólar avançava a 7,7671 liras, frente a 7,2148 liras no final da tarde de sexta-feira. Ante demais emergentes, a moeda americana subia a 74,9118 rublos russos e a 20,57168 pesos mexicanos. Ante rivais, contudo, o sinal predominante foi o negativo: o índice DXY – que mede o dólar ante seis rivais fortes – baixou 0,19%, a 91,742 pontos, com euro se elevando a US$ 1,1939. Em seu relatório financeiro anual, o Fed reportou ganhos de cerca de US$ 88,6 bilhões em 2020, alta de US$ 33,1 bilhões em relação a 2019.

Em Wall Street, os negócios acionários capitalizaram da onda de vendas na renda fixa, com destaque para o setor de tecnologia. O índice Dow Jones ganhou 0,32%, a 32.731,14 pontos, o S&P 500 subiu 0,70%, a 3.940,57 pontos, e o Nasdaq avançou 1,23%, a 13.377,54 pontos. Apple (+2,83%) e Microsoft (+2,45%) foram alguns dos papéis que lideraram o movimento, enquanto bancos estiveram na outra ponta, entre eles Goldman Sachs (-1,41%) e JPMorgan (-2,69%).

Entre commodities, o petróleo chegou a se beneficiar de um comentário do presidente da Saudi Aramco, a estatal petrolífera saudita, de que há razões para otimismo no mercado. No entanto, as cotações acabaram perdendo força, em meio ao avanço do coronavírus. A Alemanha, por exemplo, teve hoje 7,7 mil casos da doença e 50 mortes e, com isso, decidiu prorrogar o lockdown até o mês que vem, de acordo com a agência Reuters. Nesse cenário, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio encerrou a sessão com avanço de 0,20%, a US$ 61,56. Já o barril do petróleo Brent para o mesmo mês subiu 0,14% hoje, a US$ 64,62, na Intercontinental Exchange (ICE).

Embora sem muitas repercussões nos ativos, a situação das relações sino-americanas seguem monitoradas. O Departamento do Tesouro anunciou hoje a aplicação de sanções a duas autoridades chinesas por envolvimento em “sérios abusos de direitos humanos”. A medida engrossa a crescente tensão entre o Ocidente e o país asiático, acusado de reprimir minorias étnicas na região de Xinjiang. Recentemente, Canadá, Reino Unido e União Europeia também anunciaram punições semelhantes. (André Marinho – [email protected])

JUROS

Os juros desaceleraram a alta no período da tarde, especialmente os vencimentos longos que pela manhã chegaram a avançar mais de 20 pontos-base para terminar com alta de 15 pontos. O resultado da arrecadação de fevereiro, o melhor do mês na série histórica e acima da mediana das estimativas, trouxe algum alívio, minimizando o efeito negativo da intervenção do governo da Turquia no Banco Central do país – que penalizou de forma generalizada os ativos emergentes – e das preocupações com o descontrole da pandemia, que coloca o sistema de saúde brasileiro em colapso. De todo modo, a curva deu sequência ao ganho de inclinação visto na sessão anterior, uma vez que os curtos terminaram com viés de baixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 4,605%, de 4,625% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 terminou a sessão regular em 7,73%, de 7,595%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 8,22%, de 8,084%.

Mesmo com o segmento de Treasuries hoje não atrapalhando, a curva incorporou prêmios tanto em função do exterior quanto pelos riscos domésticos. Na sexta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, destituiu o presidente do Banco Central do país depois da instituição elevar os juros em 2 pontos porcentuais, para 19%, acima das expectativas, gerando uma crise de confiança entre os agentes. O fato castigou ativos de risco, mas à tarde algumas moedas emergentes já ensaiavam reação.

Por aqui, o mercado vê com muita preocupação a disparada dos casos e mortes por Covid nas últimas semanas, em meio ao caos da falta de leitos, de oxigênio e equipamentos, o que reforça a necessidade de aumento das restrições de circulação e acaba ofuscando qualquer tentativa de melhora em função do noticiário das vacinas. A decisão do Ministério da Saúde de orientar os Estados a não reservarem lotes para a segunda dose foi bem recebida, na medida que sugere maior número de pessoas mais rapidamente imunizadas. “Com isso, tem dose nos municípios para ser utilizada e o ritmo dessa semana poderia surpreender. Mas o mercado ainda não coloca isso na conta”, diz um gestor. “Difícil ver o lado positivo com os números atuais da pandemia. Na margem, tem alguma coisa boa, vide os dados de São Paulo que estão melhorando”, completou.

Estudo feito pela XP Asset indica que toda a população com idade acima de 20 anos será imunizada até agosto, considerando o ritmo de produção de vacinas no Brasil, bem como o andamento do calendário, com base apenas nas produções do Instituto Butantan e Fiocruz. Isso sem levar conta os contratos assinados pelo governo com os laboratórios Pfizer, Janssen e os pré-acordos com o governo russo e com o laboratório indiano Bharat Biotech.

No fim de semana, o pessimismo com Brasil ficou ainda mais evidente, com a informação de que um manifesto com mais de 500 assinaturas de empresários, economistas, banqueiros e acadêmicos, será enviado nesta semana ao presidente Jair Bolsonaro, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A demanda é por medidas efetivas de combate à pandemia.

À tarde, os dados da arrecadação surpreenderam positivamente e ajudaram a retirar pressão da curva. A Receita arrecadou R$ 127,7 bilhões em fevereiro, recorde da série histórica para o mês, ficando acima da mediana das estimativas dos analistas (R$ 124,7 bilhões) e perto do teto do intervalo (R$ 129 bilhões).

Porém, a desaceleração da alta não foi capaz de reverter o ganho de inclinação da curva, que já voltou aos níveis pré-Copom. O spread entre as taxas de janeiro de 2022 e janeiro de 2027 fechou hoje em 362 pontos, ante 346, 328 e 364 nas três últimas sessões. Para o consultor de investimentos Renan Sujii, as incertezas com os cenário político e fiscal contribuem para que não tenha consistência o movimento de desinclinação visto logo depois da elevação de 0,75 ponto porcentual da Selic. “Apesar da postura mais dura do Copom, a verdade é que continuamos sendo passageiros da política fiscal e, agora, do início da preocupação com o cenário eleitoral em 2022”, afirmou.

Amanhã, o mercado já abre conhecendo a ata da reunião, que trouxe “a decisão mais complexa dos últimos tempos do BC”, diz Sujii, para quem o documento deverá trazer mais detalhes sobre o balanço de riscos e o plano de voo da autoridade monetária sobre o ciclo de aperto como um todo. (Denise Abarca – [email protected])

17:30

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.66

Capital de Giro (%a.a) 5.38

Hot Money (%a.m) 0.56

CDI Over (%a.a) 2.65

Over Selic (%a.a) 2.65

CÂMBIO

O real sentiu o baque junto com as moedas de seus pares emergentes e se desvalorizou frente ao dólar durante toda a sessão de negócios desta segunda-feira. Pesou tanto no exterior quanto por aqui mais uma troca no comando do banco central turco, a terceira desde 2019, por decisão do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, dois dias depois de a autoridade monetária ter aumentado os juros, para 19% ao ano. Esse fator externo caiu em um dia no qual a moeda já sofria com questões internas, como a piora no quadro de expansão da Covid-19 e a ainda problemática situação fiscal do país, que ajudaram a pintar um quadro de tensão que levou mais cedo a cotação a R$ 5,5484 na máxima do dia no mercado à vista. No fim da tarde, o dólar spot fechou em alta de 0,59%, cotado a R$ 5,5179. Ao mesmo tempo, no exterior, o dólar se fortalecia 7,65% ante a lira turca.

Para Samuel Castro, Estrategista de América Latina do BNP Paribas, houve uma elevação geral do nível de risco por parte da percepção dos investidores globais em relação aos mercados emergentes e o real entrou em um movimento muito similar de seus pares, nada fora do padrão.

Por outro lado, ressaltou Castro, ajudou o real hoje o fato de o Banco Central brasileiro ter iniciado, na quarta-feira passada, um processo de normalização da política monetária de uma maneira robusta e já indicando um novo ajuste forte. Não fosse isso, disse, a moeda local já estaria perdendo hoje mais do que outras moedas de emergentes frente ao dólar.

“O real está mais blindado hoje e menos suscetível a variações extremas. O Copom aumentou taxa de carregamento e deixa a moeda um pouco mais blindada em momentos como de hoje. É um fator (a normalização) que acabou ajudando e vai seguir ajudando”, disse, lembrando que o real vinha sofrendo muito e, dada a baixa taxa de carregamento, era a primeira moeda a ser vendida. “Nessa posição não nos deixa desconfortável em um contexto do movimento da Turquia. Se fosse em outro momento a reação seria muito mais forte.”

Mas, disse Castro, esse sentimento de estresse não deve perdurar nos próximos dias. Isso porque, explicou, o medidor de risco desenvolvido pelo BNP, pelo qual se tenta entender como está o apetite pelo risco de investidores, mostra que há um movimento mais ameno. “No começo do ano, os prêmios estavam baixos e o apetite estava alto. Com as treasuries americanas subindo, houve uma neutralização desse prêmio de risco.”

Ainda assim, hoje, o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, termômetro do risco-País, engatou alta e chegou a 201,31 pontos no meio da tarde, mas há instantes, marcava 198.70 pontos ante 191,32 pontos de sexta-feira, 19, de acordo com cotações da IHS Markit.

No mercado externo mais cedo, a lira turca chegou a cair mais de 15% com a intervenção de troca da presidência do BC, recuando após o ministro das Finanças assegurar que o país continuará seguindo regras do mercado.

Na avaliação de Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA em Nova York, o agora antigo presidente do BC turco Naci Agbal foi um dos principais motivos pelos quais os investidores restauraram a confiança na posse de ativos turcos. Ele aumentou as taxas de juros em 875 pontos-base desde novembro e ajudou a estabilizar a lira. Moya ressalta que os primeiros comentários do novo líder da autoridade monetária, Sahap Kavcioglu, focaram na promoção da estabilidade econômica com custos de empréstimos mais baixos, o que está de acordo com o presidente Recep Erdogan.

Segundo Moya, a crise na Turquia provavelmente será isolada, então o resto do mercado de câmbio emergente não deve se preocupar com temores de contágio. A Turquia será forçada a impor controles de capital para estabilizar os mercados, mas isso pode ser uma lição de futilidade. “O banco central turco provavelmente fará cortes nas taxas e os apelos por um controle da lira em relação ao dólar se tornarão o consenso no câmbio”.

(Simone Cavalcanti – [email protected])

17:30

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.51790 0.5943 5.54840 5.49640

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL 5516.000 0.40044 5549.500 5497.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5531.000 0.87543 5531.000 5531.000




2 comments

Registrati su binance março 20, 2024

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Учетная запись в binance março 30, 2024

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