A confirmação do acordo entre senadores democratas e republicanos para evitar o calote da dívida dos Estados Unidos no fim deste mês seguiu dando sustentação aos ativos nesta quinta-feira. As bolsas de Nova York tiveram, assim, ganhos na faixa de 1% em boa parte do dia, ajudando a espalhar otimismo pelos mercados acionários globais. A percepção dos agentes é de que, mesmo que o acerto seja válido só até o fim do ano, o governo Biden e a oposição estão dispostos ao diálogo político - o que, na prática, pode destravar a lista de pacotes propostos pela Casa Branca para ampliar gastos sociais, de infraestrutura e de meio ambiente. Os agentes também monitoraram hoje o impulso do petróleo, após os EUA voltarem atrás e negarem que estão planejando acessar sua reserva estratégica para suavizar os preços. Se, por um lado, isso ajudou as ações do segmento de energia no exterior, por outro foi um combustível a mais no debate sobre a inflação americana. Amanhã também é um dia chave nessa seara, já que saem os números do relatório de emprego (payroll) de setembro, mês no qual o consenso do mercado é de aceleração na geração de postos à casa de meio milhão. As aberturas do indicador devem mostrar também pressões em salários, alimentando o debate sobre o início em breve do 'tapering'. Domesticamente, esse contexto trouxe viés conservador ao câmbio e à curva de juros, alimentados também pela espera pelo IPCA de setembro, que deve mostrar a maior taxa para o mês desde 1994. O investidor local também monitorou a questão dos precatórios, cujo parecer foi divulgado cedo e assimilado sem maiores sobressaltos. Ao fim do dia, o dólar subiu a R$ 5,5174 (+0,57%), o DI janeiro 2023 foi para 9,19% e o janeiro 2027 teve elevação a 10,62%. No caso da Bolsa, convém destacar que, embora a alta externa tenha ajudado, o fôlego foi sendo perdido gradualmente até o fim da sessão, na qual o índice terminou em 110.585,43 pontos (+0,02%). Aqui, há também a expectativa da volta dos mercados acionários na China, após feriado semanal.
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