TEMOR SOBRE RETRAÇÃO AZEDA HUMOR, PETRÓLEO TOMBA, MAS IBOVESPA DEFENDE 102 MIL PTS

O mês de agosto começou com os investidores ressabiados e revertendo a tendência de ganhos vista em julho, quando os ativos foram ajudados por indicações de uma postura mais moderada da política monetária do Federal Reserve (Fed). Hoje, contudo, temores sobre a retração do crescimento na segunda maior economia do mundo, a China, foram determinantes para a queda forte do petróleo, com o Brent chegando a operar abaixo de US$ 100 o barril. Riscos geopolíticos também ficaram no radar, em razão de eventual visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan e, por conta disso, certa indisposição entre Pequim e Washington. Nesse contexto, que também engloba a divulgação de balanços corporativos tanto nos EUA quanto no Brasil, houve volatilidade nas bolsas, que encerraram a sessão no negativo. O Ibovespa sucumbiu perdendo, inclusive, os 102 mil pontos na etapa vespertina, mas conseguiu voltar para fechar o dia aos 102.225,08, em baixa de 0,91%. O quadro de cautela apoiou a compra dos bônus do Tesouro americano, com recuo nos retornos. Por aqui, os juros futuros também operaram em queda durante toda a sessão, com a curva bem ajustada para um aumento da Selic de 0,50 ponto porcentual no Copom da quarta-feira, na expectativa também sobre se o Banco Central se sentirá à vontade para indicar o encerramento de ciclo, sobretudo após o recado do Fed. Já o dólar destoou do movimento das outras divisas no exterior, que perderam força, e, ante o real chegou a flertar com os R$ 5,20 para terminar em R$ 5,1786, com valorização de 0,08% no segmento à vista.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

Os contratos de petróleo fecharam em queda considerável, com o Brent em baixa e 3,80% e o WTI, de 4,80%, em meio a preocupações com a demanda da China. A leitura oficial do índice de gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa recuou a 49,0 em julho, em território de contração, o que reforçou esses temores, com analistas prevendo que a fraqueza da potência asiática prosseguirá. Também com dados em foco nos dois lados do Atlântico, além de balanços corporativos, houve volatilidade nas bolsas, com quadro majoritariamente negativo. Na renda fixa, a cautela apoiou a compra dos Treasuries, com recuo nos retornos. Já no câmbio, a libra avançou em semana de decisão do Banco da Inglaterra (BoE) e o euro subiu após indicadores locais, levando o índice DXY do dólar a recuar.

Tanto a leitura oficial quanto a da Caixin Media mostraram perda de fôlego na economia da China. O PMI oficial foi a 49,0, abaixo do esperado e em território de contração da atividade nessa pesquisa. Para a Capital Economics, o dado é consistente com uma atividade “abaixo da tendência, nos próximos trimestres”, no país asiático. A High Frequency Economics, por sua vez, mostra mais cautela sobre o quadro e diz que prefere aguardar mais números antes de fazer projeções, destacando incertezas como eventuais novos surtos da covid-19 e a resposta oficial. Já a Pantheon diz que o PMI mostrou que a retomada pós-lockdowns perde fôlego, com estímulos “limitados em escopo e ambição”, enquanto a demanda global enfrenta “múltiplos ventos contrários”.

O PMI da indústria global recuou de 52,2 em junho a 51,1 em julho, segundo a S&P Global e o JPMorgan. Nesse contexto de riscos à oferta, o petróleo WTI para setembro terminou em queda de 4,80%, a US$ 93,89, no menor valor de fechamento desde 25 de fevereiro, e o Brent caiu 3,80%, a US$ 100,03 o barril, com o aumento da oferta da Líbia também no radar.

O setor de energia foi o que mais recuou hoje em Nova York, mas outros, como papéis ligados ao consumo e o setor industrial, exibiram ganhos. Boeing foi destaque positivo, em alta de 6,13%, após a empresa conseguir contornar uma ameaça de greve em três fábricas. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,14%, em 32.798,40 pontos, o S&P 500 caiu 0,28%, a 4.118,63 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 0,18%, a 12.368,98 pontos.

Nas praças europeias, o quadro foi misto, com as baixas predominando, como em Londres (-0,13%), Frankfurt (-0,03%) e Paris (-0,18%). A Moody’s revisou para baixo projeções para o crescimento da zona do euro, esperando agora altas de 2,2% em 2022 e de 0,9% em 2023, de altas de 2,5% e 2,3% projetadas em maio. A agência alertou para a chance de a Rússia levar adiante ameaças de cortar o fornecimento de gás, em retaliação a sanções por causa da guerra na Ucrânia.

Nos EUA, o ING via a produção “claramente em trajetória de desaceleração, ao comentar o PMI da indústria americana elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM). O dado recuou a 52,8 em julho, embora acima da previsão de 52,1 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. O modelo “GDPNow”, do Fed Atlanta, apontava para alta de 1,3% no PIB americano no terceiro trimestre (no dia 29, sugeria avanço de 2,1%).

Entre os Treasuries, o noticiário do dia apoiou a compra de bônus, com alta nos preços e consequente queda nos retornos: no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 2,899%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,596% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,919%. O BMO Capital comentava que a potencial visita da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan também esteve no radar, ao menos como pretexto para o movimento nesse mercado, com potencial de mais tensões geopolíticas entre a China e os EUA.

No câmbio, a reação aos dados apoiou o euro e a libra. No horário citado, o dólar caía a 131,71 ienes, o euro subia a US$ 1,0262 e a libra tinha alta a US$ 1,2257. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou 0,43%, a 105,450 pontos.

O dólar ainda avançava a 131,9257 pesos argentinos, enquanto no mercado paralelo o chamado dólar blue caía no fim da tarde a 282 pesos, o que segundo o jornal local Ámbito Financiero era a mínima em três semanas. O mercado em geral via com bons olhos a ascensão de Sergio Massa como “superministro”, incorporando também a Economia, e há expectativa por novidades sobre os próximos passos do governo no país e a nova equipe. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

BOLSA

Tendo segurado a linha de seis dígitos em cinco das últimas seis sessões, e vindo de ganhos nas três anteriores à de hoje, o Ibovespa iniciou agosto em baixa de 0,91%, a 102.225,08 pontos, entre mínima de 101.764,38 e máxima de 103.317,48 nesta segunda-feira, acentuando a correção ao longo da tarde. O giro financeiro foi de R$ 23,4 bilhões. No ano, o Ibovespa cede 2,48%.

Os ganhos se distribuíram por ações e setores de maior peso e liquidez, mas mineração (Vale ON -2,39%) e siderurgia (Usiminas PNA -4,76%, CSN ON -3,94%, Gerdau PN -3,23%) foram especialmente afetadas pela contração em julho do índice de atividade (PMI) oficial da China, a 49,0, ante previsão a 50,3 para o mês. Na zona do euro, o PMI industrial foi a 49,8, também abaixo do limiar (50) que separa expansão de contração, atingindo em julho o menor nível em 25 meses. Por outro lado, o PMI do Instituto para Gestão da Oferta (ISM), nos Estados Unidos, manteve-se positivo, a 52,8 em julho, embora no menor patamar desde junho de 2020.

“Na Alemanha, as vendas no varejo tiveram forte queda, saindo de avanço anual de 1,1% para queda de 8,8% [na comparação ano a ano, em junho]”, observa em nota a Nova Futura Investimentos. Prevaleceu desde a manhã falta de sinal único nos mercados, com expectativa para novas rodadas de dados econômicos e de balanços ao longo da semana, escreve a Guide Investimentos.

Neste começo de mês, leituras mais fracas sobre os índices de atividade nas maiores economias funcionaram hoje como um contraponto aos balanços corporativos do segundo trimestre e aos sinais um pouco mais amenos do Federal Reserve sobre os juros americanos, uma combinação que, em geral, vinha animando os investidores e contribuindo para retomada, ainda que moderada, do apetite por risco. Assim, o S&P 500 teve em julho o melhor mês desde novembro de 2020, aponta Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos, com a B3 buscando acompanhar, no “flow gringo”, especialmente nos momentos em que as commodities responderam bem.

Contudo, a combinação de dois trimestres consecutivos de retração para o PIB americano, conforme dados conhecidos na semana passada, contribui agora para que analistas revejam projeções para os resultados adiante, das empresas. Assim, a semana começou de forma negativa também nos mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos, com grau um pouco maior de correção por aqui, em dia de queda acentuada para o petróleo, com o Brent mais uma vez abaixo de US$ 100 por barril, e de baixa moderada para o minério de ferro em Qingdao, na China.

Entre os destaques de baixa na sessão, Petrobras ON e PN cederam respectivamente 1,24% e 1,38%, enquanto as perdas entre os grandes bancos chegaram a 2,23% (Unit do Santander). Na ponta negativa do Ibovespa, Braskem (-5,53%), à frente de SLC Agrícola (-4,99%) e Usiminas (-4,76%). No lado oposto, Magazine Luiza (+5,43%), Locaweb (+5,02%) e BRF (+4,76%).

“O dia começou até de forma favorável no exterior, apesar do PMI mais fraco na China, mas sendo compensado por uma temporada de resultados corporativos melhores, e pelos recentes sinais do Fed de que pode moderar o ritmo de aumento de juros nos próximos meses. A semana reserva aqui a decisão do Copom, e a expectativa é por mais uma alta de 50 pontos-base, o que pode ser positivo para o câmbio, mas há também dados de emprego nos Estados Unidos, que podem contribuir para um tom de cautela ao longo da semana”, diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.(Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 102225.08 -0.91079

Máxima 103317.48 +0.15

Mínima 101764.38 -1.36

Volume (R$ Bilhões) 2.34B

Volume (US$ Bilhões) 4.54B

17:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 102790 -0.73394

Máxima 103945 +0.38

Mínima 102260 -1.25

CÂMBIO

Após cair 5,90% na semana passada e fechar julho em baixa de 1,16%, o dólar encerrou o primeiro pregão de agosto em ligeira alta no mercado doméstico de câmbio, embora tenha flertado, nos momentos de maior pressão, com o patamar de R$ 5,20. A sessão foi marcada por muita volatilidade, com trocas de sinal ao longo do dia e oscilação de pouco mais de sete centavos entre a mínima (R$ 5,1303), pela manhã, e a máxima (R$ 5,2024), à tarde.

Operadores notaram forças opostas atuando na formação da taxa de câmbio. De um lado, a baixa predominante da moeda americana no exterior, diante da perspectiva de um ciclo de alta de juros menos longo e intenso pelo Federal Reserve, jogava a favor do real. Apesar de recuo das leituras finais dos índices de gerentes de compras (PMIs) da indústria dos EUA em julho, os dados vieram em linha com o esperado e se mantiveram em terreno expansionista.

De outro, a queda das commodities, na esteira de números fracos da economia chinesa, e o aprofundamento das perdas do Ibovespa à tarde abriam espaço para realização de lucros e recomposição de posições cambiais defensivas. Passada a disputa pela formação da última taxa Ptax de julho e a rolagem dos contratos futuros, na última sexta-feira (29), o mercado estaria tecnicamente mais leve e em busca de novos parâmetros de negociação.

Entre idas e vindas, o sinal positivo predominou no fim dos negócios e o dólar à vista encerrou a sessão cotado a R$ 5,1786, em ligeira alta, de 0,08%. No ano, a divisa apresenta perdas de 7,13%.

O diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, observa que o dólar vem de uma queda expressiva na semana passada, quando, em meio a fatores técnicos no mercado futuro, devolveu “o exagero de gordura” que tinha acumulado ao se aproximar de R$ 5,50. “Difícil dizer se esse é o dólar estrutural. Mas algo acima de R$ 5,40 é factível pelo contexto global e local. A agenda da semana deve trazer bastante volatilidade”, diz Rolha.

Na quarta-feira (03), sai a decisão de política monetária do Copom, com aposta majoritária em alta da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. Lá fora, são grandes as expectativas para a divulgação, na sexta-feira (05), do relatório de emprego (payroll) americano em julho, o que pode mexer com as expectativas em torno do ritmo e do tamanho do aperto monetário nos EUA.

“O dólar oscilou muito ao longo do dia e terminou em leve alta. Tivemos o reflexo da queda das commodities, como minério e petróleo, que também prejudicou a Bolsa”, afirma o economista Piter Carvalho, da Valor Investimentos. “O resultado dos PMIs da China e da Europa mostra que o mundo deve crescer cada vez menos. O mercado começa a semana menos otimista”.

As cotações futuras do petróleo desabaram. O contrato do tipo Brent para outubro, referência para Petrobras, fechou em baixa de 3,80%, cotado a US$ 100,03 o barril. Após o rali de alta na semana passada, o minério de ferro negociado em Qingdao, na China, caiu 0,89%. O PMI industrial oficial na China recuou de 50,2% em junho para 49 em julho – resultados abaixo de 50 indicam contração. O PMI industrial da zona do euro, calculado pela S&P Global, desceu de 52,1 em junho para 49,8 em julho, o menor patamar em 25 meses

Por aqui, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia informou que a balança comercial registrou superávit de US$ 5,444 bilhões em julho de 2022 – resultado abaixo do piso das estimativas de Projeções Broadcast (US$ 6,40 bilhões). A mediana das expectativas era de US$ 7,0 bilhões. A estrategista-chefe da MAG Investimentos, Patrícia Pereira, afirmou ao Broadcast que a perda de fôlego dos preços das commodities, diante do contexto de desaceleração da economia global, sugere um superávit comercial menor que o inicialmente esperado neste ano.

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – caiu mais de 0,40%, com perdas de cerca de 0,30% frente ao euro e baixa expressiva na comparação com a libra e o iene. O dólar também perdeu força ante moedas emergentes, com raras exceção, como o real e o peso mexicano.

Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, a perspectiva de desaceleração da atividade global deve levar a elevações mais moderadas de juros nos EUA. Ele ressalta que novas flexibilizações da política monetária na China parecem, por ora, insuficientes para estimular a economia. “A atividade em queda pode levar em um curto espaço a uma aversão ao risco forte e aumento da demanda por proteção no dólar novamente”, afirma Velho. (Antonio Perez – [email protected])

17:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.17860 0.0831 5.20240 5.13030

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5226.000 0.0766 5248.500 5175.500

DOLAR COMERCIAL 5393.000 27/07    

JUROS

Os juros futuros começaram a semana do Copom dando continuidade à trajetória de alívio nos prêmios de risco engatada desde meados da semana passada e fecharam em baixa pela quarta sessão consecutiva. Sem destaques na agenda e no noticiário desta segunda-feira, o mercado continuou operando a partir da redução das apostas mais agressivas para os movimentos do Federal Reserve que já vinha mantendo a curva em baixa nos últimos dias, enquanto o PMI Industrial da China mostrando contração reforçou o viés desinflacionário de uma desaceleração global mais forte. No Brasil, com a curva bem ajustada para um aumento da Selic de 0,50 ponto porcentual no Copom da quarta-feira, a grande expectativa do investidor é saber se o Banco Central terá encerrado mesmo o ciclo e se o comunicado continuará dando pistas sobre os próximos passos da política monetária.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,815% (máxima), de 13,791% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,341% para 13,26%. A do DI para janeiro de 2025 fechou em 12,56% (de 12,679%) e a do DI para janeiro de 2027 encerrou em 12,48%, de 12,61%.

As taxas percorreram toda a sessão com sinal negativo, que chegou a ficar pontualmente mais fraco à tarde, com o aumento da cautela no exterior, mas na reta final da sessão regular voltou a ganhar ritmo.

A piora do câmbio no meio do dia acabou não assustando porque não conseguiu levar a moeda além dos R$ 5,20 e, de todo modo, foi compensada pelo aprofundamento das perdas do petróleo, sendo ambas duas variáveis importantes para as expectativas de inflação.

O operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos André Alírio disse que, essencialmente, o mercado hoje deu sequência à correção de exageros nas apostas para a postura do Federal Reserve, após a sinalização da autoridade monetária de que pode haver moderação no ritmo do aperto e de que o juro já estaria próximo do nível neutro. “O mercado vem nos últimos dias reprecificando e realocando risco. É claro que esse ajuste tem um limite até porque as preocupações com a recessão e com a inflação seguem elevadas”, comentou, citando fatores de incerteza como questões geopolíticas envolvendo a guerra na Ucrânia e o risco da China invadir Taiwan.

O ambiente externo teve mais poder de influência na curva dos contratos intermediários em diante, com a dinâmica da ponta curta sendo limitada pelo compasso de espera pelo Copom. É consenso de que a Selic esta semana será elevada para 13,75%, e a grande questão que divide o mercado é quanto ao fim do ciclo. Alírio não espera um comunicado tão claro sobre “o que vai acontecer depois” de agosto, como o Copom tem nas últimas reuniões ao indicar, ainda que não explicitamente, quais são suas intenções. “O cenário central ainda é de inflação pressionada”, argumenta o operador.

No curtíssimo prazo, até há alívio importante e as expectativas de deflação em julho começam a ser confirmadas pelos indicadores. Hoje a FGV informou que o IPC-S de julho teve variação negativa de 1,19%, um tombo ante a alta de 0,67% em julho. Do mesmo modo, o mercado espera um IPCA em deflação para o mês, mas sabe-se que os preços estão artificialmente em baixa.

“O arrefecimento inflacionário visto no período não é gerado pela política monetária contracionista, mas por mudanças legislativas ou por movimentos internacionais. Essa ‘colaboração’ internacional obviamente é positiva, mas não combate os problemas inflacionários com raízes domésticas que deveriam apresentar resultados melhores neste momento”, destaca a equipe da CM Capital, em sua Carta Mensal.

A equipe da XP lembra que riscos de recessão global aumentaram desde a última reunião, o que contribui para diminuir pressões inflacionárias, mas inflação de serviços mantém-se em níveis elevados. “Acreditamos que o Copom deixará a porta aberta para parar ou continuar em setembro. A incerteza fiscal é o principal risco para a inflação no horizonte relevante”, dizem os profissionais, para quem, após elevar a Selic em 0,5 ponto, o Copom não se comprometerá mais com outro aumento. “O cenário desafiador, no entanto, não permite que o Copom anuncie que está interrompendo o ciclo agora”, complementam. (Denise Abarca – [email protected])

17:26

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.35

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.15

Over Selic (%a.a) 13.15