MERCADO REAVALIA ÔMICRON, ATIVOS DE RISCO TÊM RALI E BOLSA QUASE APAGA PERDAS DO MÊS

Blog, Cenário
Os mercados globais reavaliaram nesta segunda-feira os riscos relacionados à variante Ômicron do novo coronavírus, descontando dos preços os excessos da sexta-feira. Apesar das autoridades sanitárias reforçarem a preocupação com a doença, a percepção inicial é de que o impacto será menos profundo que o prenunciado. Declarações à tarde do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descartando a possibilidade de novo lockdown e a ampliação das restrições de viagens deram fôlego adicional aos índices americanos de ações, com reflexo aqui no Brasil. Ao final, houve uma acomodação nas horas finais da sessão, com reflexo em cotações um pouco menores do que nos picos do dia. Assim, o índice Dow Jones subiu 0,68%, o S&P 500 ganhou 1,32% e o Nasdaq teve valorização de 1,88%. O Ibovespa terminou em 102.814,03 pontos, valorização diária de 0,58%, depois do tombo de 3% na sexta-feira. A um dia do fim do mês, o principal índice brasileiro chegou a apagar as perdas de novembro em alguns momentos do pregão - ao final, reduziu a baixa mensal a 0,66%. A disparada nos preços do petróleo com uma visão menos pessimista sobre a Ômicron (alta de 2,28% no Brent e de 2,64% no WTI) empurrou para cima as cotações das companhias do setor ao redor do globo. Aqui, Petrobras ON saltou 3,39% e PN avançou 3,51%. Nos juros futuros, a pressão inflacionária da alta do petróleo pesou em parte da sessão, mas o discurso fiscalista do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), agradou e trouxe alívio no fim da sessão. O senador confirmou também que se a PEC dos Precatórios for aprovada na CCJ do Senado amanhã, a proposta vai ao plenário na quinta-feira. Por fim, o dólar à vista terminou a sessão em alta de 0,25%, a R$ 5,6097, motivada por resquícios de dúvidas sobre a nova cepa da covid e seus impactos na atividade econômica brasileira, além de movimentos técnicos antes da determinação da Ptax de novembro, amanhã no horário do almoço.
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MERCADOS INTERNACIONAIS Wall Street recuperou seu apetite por risco nesta segunda-feira, após as fortes perdas da semana passada. As bolsas de Nova York fecharam no azul depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que, no momento, não considera impor lockdowns no país e nem ampliar restrições de viagens como resposta à variante ômicron. Os juros dos Treasuries avançaram com a menor demanda por renda fixa. Depois de uma venda robusta na sexta-feira, os ativos do petróleo avançaram 2% no mercado futuro e recuperaram parte das perdas. Ainda assim, o barril de WTI ficou abaixo de US$ 70. O dólar também avançou ante rivais, com euro enfraquecido por dado na zona do euro. No radar dos investidores, estiveram ainda a reunião de ministros do G7 sobre a nova variante e a retomada de negociações do acordo nuclear do Irã. O mercado acionário americano operou em campo positivo ao longo de toda a sessão, recuperando grande parte das perdas vistas na semana passada. O Dow Jones subiu 0,68%, a 35.135,94 pontos, o S&P 500 avançou 1,32%, a 4.655,27 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,88%, a 15.782,83 pontos, conforme dados preliminares. A Oxford Economics aponta que é cedo demais para julgar as implicações para a saúde e os efeitos econômicos da nova variante do coronavírus. "Mas sua rápida disseminação ao redor do globo e a rápida reimposição de restrições por parte dos governos enfatizam a instabilidade e a imprevisibilidade do caminho para a normalidade", destaca a consultoria. Em coletiva à imprensa hoje, Biden rejeitou a possibilidade de um novo lockdown como resposta à ômicron e contribuiu para ampliar a alta dos índices em Wall Street. "Com pessoas vacinadas e uso de máscara, não há necessidade de lockdowns", reforçou. O presidente também não vê necessidade de ampliar as restrições de viagens para outros países no momento. Segundo ele, a imposição para a África do Sul e países da região se deu para garantir que os americanos tenham tempo de se vacinar e receber suas doses de reforço. Biden também informou que seu time já está trabalhando com as fabricantes de vacina contra a covid-19, como Pfizer (-4,05%), Moderna (+11,80%) e Jhonson & Jhonson (+0,35%), em um plano de contingência, para caso mais doses sejam necessárias. O líder americano destacou as doações de vacinas feitas por sua nação e reforçou a necessidade de outros países agirem. Hoje, em reunião emergencial, ministros da Saúde do G7 se reuniram para debater sobre a ômicron. Em comunicado após o encontro, eles destacaram que a nova variante exige "ações urgentes" e se comprometeram a continuar seu trabalho com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições parceiras. Tanto Biden, quanto os ministros do G7 abordaram a importância de se garantir acesso às vacinas globalmente. Ainda em Wall Street, o Twitter fechou em queda de 2,74%. O CEO da empresa, Jack Dorsey, anunciou que deixará o cargo e será substituído por Parag Agrawa. A surpresa fez com que as negociações da companhia fossem temporariamente suspensas durante a tarde na Nasdaq. Na renda fixa, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,515%, o da de 10 anos, a 1,520% e o do T-bond de 30 anos avançava a 1,867%, no fim da tarde em Nova York. "Houve um argumento convincente de que a fuga para os Treasuries de sexta-feira foi simplesmente uma reação exagerada às manchetes cobiçadas e a mudança foi impulsionada pelas condições de negociação de baixa liquidez [após o feriado de Ações de Graças]. Em certo grau, há validade neste sentimento", afirma o BMO Capital Markets. Já entre as commodities, o petróleo chegou a operar acima de 6%, mas perdeu fôlego ao longo da sessão. O WTI para janeiro subiu 2,64% (US$ 1,80), a US$ 69,95 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para fevereiro avançou 2,28% (US$ 1,63), a US$ 73,22 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). A Rystad Energy considerou a venda expressiva de ativos na sexta-feira como um erro e apontou a China como principal perigo para demanda no petróleo, no que diz respeito à variante ômicron, dada a sua política agressiva contra covid-19. Na zona do euro, a Comissão Europeia informou queda no índice de confiança do consumidor, de -4,8 em outubro a -6,8 em novembro. No horário citado, o euro caía a US$ 1,1282. O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais, subiu 0,26%, a 96,341 pontos, e recuperou parte das perdas da sessão anterior. Em Viena, foram retomadas as negociações sobre o Plano de Ação Conjunto Global (JPCOA, na sigla em inglês) com o Irã. A Casa Branca disse esperar que o acordo de 2015 seja retomado, enquanto o Ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou que não há como voltar ao JCPOA sem a retirada efetiva das restrições impostas à Teerã. Em evento em Nova York, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que é responsabilidade do banco central garantir ao público um sistema financeiro eficiente e inclusivo. (Ilana Cardial - [email protected]) Volta BOLSA Após o tombo de 3,39% na sexta-feira, o Ibovespa teve recuperação parcial neste começo de semana, chegando a ficar bem perto de zerar as perdas do mês (-0,66% ao fim) faltando a sessão de amanhã para o encerramento de novembro - que será o fiel da balança para determinar se a referência da B3 estenderá a série negativa iniciada em julho ou se chegará a dezembro, quem sabe, em busca de alguma recuperação de fim de ano, com as perdas do Ibovespa agora a 13,61% em 2021. Desde o primeiro semestre de 2013, quando o Ibovespa registrou seis perdas mensais consecutivas, não se vê série negativa tão extensa, caso se consume a quinta retração neste novembro. As quatro retrações seguidas, entre julho e outubro de 2021, haviam igualado o intervalo entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014. Nesta segunda-feira, o índice perdeu boa parte da força na reta final da sessão, em alta limitada a 0,58%, a 102.814,03 pontos no fechamento, entre mínima de 102.226,04 e máxima de 104.148,72 pontos, saindo de abertura aos 102.226,78. O giro financeiro nesta penúltima sessão do mês ficou em R$ 28,4 bilhões. Acompanhando Nova York e o petróleo neste início de semana, também em recuperação parcial ante a onda de medo global vista na última sexta-feira, o dia foi de recuperação bem distribuída pelas ações e setores de maior peso no Ibovespa, com algumas exceções negativas, entre as quais o setor financeiro, que ao fim cedeu os ganhos moderados vistos mais cedo. Na ponta positiva, destaque para Getnet(+11,21%), Locaweb (+6,77%) e Usiminas (+6,12%). No lado oposto, Cyrela (-3,70%), CVC (-2,68%) e B3 (-2,38%). Entre as blue chips, Petrobras ON e PN subiram 3,39% e 3,51%, respectivamente, e Vale ON fechou em alta de 1,25%, enquanto, no setor financeiro, as perdas chegaram a 1,20% (Unit do Santander), com apenas BB ON (+0,16%) sustentando leve ganho no encerramento, entre os grandes bancos. O avanço do Ibovespa chegou a se acentuar moderadamente à tarde após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter dito que a cepa da Covid-19, a Ômicron, é motivo de preocupação, mas não de pânico. Segundo ele, é possível que não haja necessidade de medidas adicionais para combater a nova variante, como restrições a viagens a outros países, por exemplo. A fala de Biden foi bem recebida no mercado americano, dando apetite extra ao investidor na B3. "Houve exagero na sexta-feira por causa da variante. Agora, há uma reavaliação, com a visão de que não é tão preocupante quanto parecia a princípio, apesar da retomada de lockdown vista lá fora. A semana tem dados importantes, como o payroll (na sexta-feira), e amanhã, caso haja mesmo a votação da PEC dos Precatórios, será outro fator importante para saber se o mercado poderá andar mais, contando agora também com a recuperação nos preços do petróleo e do minério de ferro", diz Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou hoje que a PEC dos Precatórios deve ser votada pelo plenário da Casa na quinta-feira, 2. A proposta está pautada para votação amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). "Aprovando na Comissão de Constituição e Justiça, eu levarei imediatamente na pauta do Senado Federal, acredito que quinta-feira, após as sabatinas que nós temos", disse Pacheco, citando a agenda do Senado para avaliar a indicação do ex-ministro André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco defendeu os pontos centrais apresentados pelo governo na PEC e disse não ver outra solução para abrir espaço ao Auxílio Brasil no próximo ano. Além disso, nesta semana, "os investidores estão aguardando a reunião da Opep, que vai acontecer na quinta-feira. Lá será decidido sobre o nível de produção para os próximos meses. O minério também está encontrando forças para recuperar, subindo na casa de 7% (nesta segunda na China)", diz Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora. "O mercado amanheceu lá fora já em campo majoritariamente positivo, em recuperação após a liquidação global vista na sexta-feira com os receios sobre nova cepa, mais transmissível, da Covid. Nas próximas semanas, deveremos ter mais informação, e dão um alento as indicações de que Moderna e Pfizer podem adaptar rapidamente as suas vacinas à nova variante", diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos. "Embora a variedade da África do Sul ainda esteja no radar, especialistas acreditam que, mesmo mais contagiosa, os riscos de morte são menores quando comparada com outras (variantes). Além disso, países vêm adotando medidas de restrição de voos, justamente para conter propagação, além de estarem colocando esforços na vacinação da população, restringindo os não vacinados de algumas atividades", observa em nota a Terra Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 18:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 102814.03 0.57694 Máxima 104148.72 +1.88 Mínima 102226.04 0.00 Volume (R$ Bilhões) 2.84B Volume (US$ Bilhões) 5.06B 18:31 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 103185 0.81583 Máxima 104505 +2.11 Mínima 102900 +0.54 JUROS Os juros futuros fecharam em queda, após uma sessão de volatilidade, em que alternaram altas e baixas ao sabor do noticiário e da agenda de indicadores. O efeito da melhora da perspectiva sobre os impactos da variante Ômicron na economia global e do IGP-M abaixo do esperado acabou sendo contrabalançado ao longo da sessão pela piora do câmbio, alta do petróleo e receios com a área fiscal, com o investidor acompanhando as informações sobre a PEC dos Precatórios e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar concursos públicos nos governos regionais. No fim da etapa regular, no entanto, firmaram-se em baixa e renovaram mínimas após declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), consideradas positivas. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,88% (regular e estendida), de 11,916% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,735% ara 11,59% (regular e estendida). A do DI para janeiro de 2027 encerrou em 11,57% (regular) e 11,55% (estendida), de 11,713%. A aversão ao risco vista na sexta foi considerada "exagerada", dado que as informações sobre a nova cepa ainda eram bastante incipientes. "Imaginávamos mesmo que teríamos uma melhora dos ativos globais, devolvendo em torno de 30% das perdas da sessão anterior", afirmou o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier, que, no entanto, cita a recuperação do petróleo como fator de pressão, sobretudo nos negócios com inflação implícita. A commodity subiu 2% e devolveu parte das perdas da sexta-feira, mas o WTI não conseguiu retomar a marca de US$ 70 por barril. Na avaliação dos especialistas, a nova variante tem elevado potencial de transmissão, mas baixa letalidade, o que encorajou os players. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o risco global da Ômicron é "muito alto", dadas as possibilidades de que escape à proteção das vacinas disponíveis. "Enquanto o mundo todo não estiver vacinado, as variantes vão surgir", diz Xavier, para quem, contudo, a evolução da pandemia tira do horizonte a chance de um choque de juros no Brasil. As taxas abriram em baixa, na esteira do IGP-M de novembro aquém do esperado, da queda do dólar e da melhora do apetite por risco lá fora. A inflação medida pelo índice, de 0,02%, teve forte desaceleração ante outubro (0,64%) e ficou abaixo do piso das estimativas do mercado, de 0,15%. Outro vetor da abertura foi a pesquisa Focus, que, como esperado, mostrou avanço nas estimativas de IPCA no curto prazo - em 2021 subiu a 10,15% e a de 2022, a 5%, no teto da meta para o ano que vem. Mas as estimativas para os prazos mais longos, 2023 e 2024, cujo avanço na semana passada acendeu a luz amarela, nesta divulgação mantiveram-se estáveis, a 3,42% e 3,10%, embora ambas acima do centro da meta, de 3,25% e 3,0%. O recuo das taxas, porém, perdeu força ainda pela manhã, com a virada do dólar para cima e notícias negativas do lado fiscal - o ministro Luís Roberto Barroso, do STF liberou estados e municípios que aderirem ao Regime de Recuperação Fiscal a realizar concurso para preenchimento de cargos vagos na administração pública. Pouco antes do fechamento da etapa regular, o noticiário fiscal voltou, na avaliação dos players, a melhorar, abrindo espaço para devolução dos prêmios. O movimento foi atribuído à fala de Pacheco, que defendeu os pontos centrais do governo na PEC dos precatórios e disse não ver outra solução para abrir espaço ao Auxílio Brasil no próximo ano que não seja o limite ao pagamento destas dívidas judiciais. Ele previu que o texto deve ser votado pelo plenário da Casa na quinta-feira caso seja aprovado amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para Xavier, dado o temor do mercado com a possibilidade de volta do estado de calamidade, qualquer notícia que sinalize para a votação da PEC tende a agradar ao mercado. "Se falam que vão botar para votar, é porque alguma segurança devem ter, então gera uma expectativa positiva", afirmou. O Executivo, porém, ainda está buscando votos para consolidar o placar necessário, de 49 votos favoráveis no plenário. Além do IGP-M, a agenda trouxe também o resultado das contas do Governo Central em outubro, que tiveram superávit de R$ 28,195 bilhões, o melhor desempenho para o mês desde 2016, quando houve saldo positivo de R$ 51,756 bilhões. O dado ficou próximo do teto das estimativas, que iam de superávit de R$ 13,600 bilhões a R$ 29,070 bilhões, e acima da mediana de R$ 26,150 bilhões. "O resultado primário de 2021 vai ser melhor do que o esperado e dá a falsa sensação de que o fiscal está sob controle, mas não está", diz o economista Alex Agostini, da Austin Rating. (Denise Abarca - [email protected]) 18:30 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 8.70 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 7.65 Over Selic (%a.a) 7.65 CÂMBIO O dólar à vista inicia a semana em alta no mercado doméstico em meio à postura cautelosa dos investidores na véspera da provável votação da PEC dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e diante de agenda carregada aqui e no exterior. Também pesaram na formação da taxa de câmbio hoje aspectos técnicos, já que amanhã ocorrerá a definição da última Ptax de novembro, com a tradicional disputa entre comprados e vendidos. O pregão pode ser dividido, grosso modo, em duas etapas. Pela manhã, houve muita volatilidade e trocas de sinais. O dólar iniciou os negócios em queda e desceu até a mínima de R$ 5,5802, esboçando acompanhar a recuperação parcial dos ativos de risco, que haviam tombado na sexta-feira com a notícia da nova variante do coronavírus, identificada na África do Sul. A leitura preliminar é a de que, embora mais transmissível, a Ômicron não resultará em um aumento dos casos graves da doença. O alívio, contudo, durou pouco e logo a moeda americana ganhou força, trocou de sinal e correu até a máxima de R$ 5,6397. Parte do mau humor foi atribuída ao cancelamento das festas da virada de ano em Salvador (BA), por conta da Ômicron - um prenúncio de que a atividade pode sofrer novamente com medidas restritivas. Também rondavam as mesas de operação rumores de que o governo não descartava lançar mão do estado de calamidade para pôr em pé o Auxílio Brasil caso a PEC dos Precatórios empaque no Congresso. Depois de muito chacoalhar pela manhã, o dólar à vista se fixou em terreno positivo ao longo da tarde, sempre acima do patamar de R$ 5,60. No fim da sessão, era cotado a R$ 5,6097, em alta de 0,25%. Apesar de dois pregões consecutivos de valorização, a moeda americana ainda recua 0,64% em novembro e pode interromper uma sequência de dois meses de forte alta (3,67% em outubro e 5,30% em setembro). Se na sexta-feira o real, embora tenha se depreciado, apresentou um desempenho melhor que seus pares emergentes, hoje a moeda brasileira foi destaque negativo, já que o dólar caiu tanto em relação ao peso mexicano quanto ao rand sul-africano. O índice DXY - que mede a variação do dólar frente a seis moedas fortes - se recuperou das perdas de sexta e trabalhou em alta firma, na casa dos 93,369 pontos. O líder de renda fixa e produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, observa que o real chegou a acompanhar a melhora dos mercados pela manhã, mas que os investidores retomaram posições defensivas, levando o dólar para cima de R$ 5,60 à espera votação da PEC dos Precatórios. "O fato de a moeda brasileira não acompanhar seus principais pares, como o peso e o rand sul-africano, significa que o mercado pode estar se antecipando a qualquer coisa negativa amanhã [na votação da PEC]", diz Rolha, acrescentando que a agenda é carregada aqui e lá fora, com divulgação do PIB no Brasil no terceiro trimestre na quinta-feira (02) e do relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll) na sexta-feira (03). Dados os problemas domésticos e a perspectiva de um dólar forte no exterior, em razão dos indicadores positivos da economia americana, Rolha não vê motivos para taxa de câmbio retornar para uma banda entre R$ 5,40 e R$ 5,50 no curto prazo. O mais provável, diz o especialista, é que o dólar siga numa faixa entre R$ 5,55 e R$ 5,60, podendo alcançar os R$ 5,70. "O ambiente local continua muito perturbado e pode haver demanda por dólar lá fora como proteção. Devemos ter uma semana de bastante volatilidade". O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, hoje à tarde, que a PEC dos Precatórios, caso aprovada amanhã na CCJ, deve ir ao plenário da Casa na quinta-feira (2). Pacheco acredita que será mantido no texto a mudança do cálculo do teto de gastos e o limite para o pagamento de precatórios, abrindo "muito espaço fiscal" para o Auxílio Brasil. Mais cedo, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o governo acredita na aprovação da PEC e, por isso, não trabalha com plano B. Segundo Valle, a definição do Orçamento de 2022 vai diminuir as dúvidas do mercado sobre a política fiscal no ano que vem. O secretário afirmou ainda que, com a PEC, o governo terá "margem de manobra" para lidar como uma eventual nova onda da covid-19. Dados divulgados hoje à tarde mostraram que as contas do Governo Central - que reúnem Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - registraram superávit primário de R$ 28,195 bilhões em outubro, acima da mediana de Projeções Broadcast (R$ 26,150 bilhões) e o melhor resultado para o mês desde 2016. O gerente de derivativos H.Commcor, Cleber Alessie, vê a PEC dos Precatórios como um ponto de alerta, mas acredita que os investidores estão mais sensíveis, neste momento, aos eventuais desdobramentos da disseminação da Ômicron. Ele nota que, por ora, o nível de R$ 5,60 tem atraído vendedores ao mercado de câmbio doméstico, o que, ao lado dos juros mais altos, ajuda a dar alguma sustentação ao real. "Mas se a nova cepa do coronavírus se mostrar mais perigosa do que a leitura que o mercado tem hoje, o dólar pode subir ainda mais", diz Alessie, que chama a atenção para os discursos do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao longo desta semana. "Vamos ver se o Fed vai mudar o discurso sobre o ritmo de redução de estímulos com o surgimento da nova variante", afirma. Na B3, às 18h13, o dólar futuro para dezembro era negociado a R$ 5,60900, em baixa de 0,11%, com volume negociado de US$ 13,2 bilhões.(Antonio Perez - [email protected]) 18:31 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.60970 0.2484 5.63970 5.58020 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5600.500 -0.25824 5641.000 5581.500 DOLAR COMERCIAL 5640.500 -0.13279 5677.500 5619.500
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