CHANCE DE REVISÃO DE CONTAS E DE NOVO ARCABOUÇO FISCAL DERRUBAM JUROS E PUXAM BOLSA

Se o dia foi de cautela no exterior, por aqui prevaleceu um movimento de compras que sustentou os ativos e interrompeu a sequência negativa desta semana. Boa parte desse bom humor derivou de sinalizações que reduziram a percepção de risco fiscal. Logo no começo do dia, os investidores já tinham em mãos a notícia de que o próximo governo não deve renovar a desoneração dos combustíveis, o que até pode puxar um pouco mais a inflação, mas significa receitas extras de ao menos R$ 50 bilhões. Na mesma linha, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe fará uma revisão de desonerações e de despesas logo no começo de 2023, com vistas a sanar buracos das contas públicas. Para completar, agradou ao mercado a informação, dada pelo Broadcast, de que o Congresso pretende encampar uma proposta de arcabouço fiscal deixada pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Além de marcar posição política e se antecipar à equipe econômica petista, a ideia é abrir uma frente de negociação no Legislativo e deixar claro que haverá resistência em acabar com o teto de gastos. A ideia de Guedes é incorporar a evolução do PIB no cálculo do teto de gastos, que teria crescimento real permanente, acima da inflação, dependendo do nível da dívida. Tudo isso soou como música para os investidores, que logo trataram de tirar prêmios de risco da curva de juros, sobretudo nos vencimentos intermediários, mais sensíveis ao risco fiscal. E juros menores significam mais apetite pela renda variável, especialmente por papéis de empresas dependentes de crédito para suas vendas, como as varejistas, ou para o seu crescimento, como as de tecnologia. Com isso, o Ibovespa ganhou tração à tarde, até fechar com avanço de 1,53%, aos 110.236,71 pontos, limitando as perdas em dezembro a apenas 2,00%. O câmbio, em meio a fatores técnicos sazonais, como a formação da Ptax e remessas de fim de ano, reagiu com menos intensidade ao quadro local. Ainda assim, o dólar acelerou a queda ante o real na etapa vespertina e teve desvalorização de 0,60%, a R$ 5,2551, na contramão do exterior. Em Wall Street, aliás, o dia foi de volatilidade, mas de fechamento negativo, com o mercado receoso de que a redução da aceleração das restrições da China para controlar a Covid possa resultar numa explosão de casos que afete a atividade no curto prazo.

 

  • JUROS
  • BOLSA
  • CÂMBIO
  • MERCADOS INTERNACIONAIS

 

JUROS

A redução de risco fiscal animou os mercados nesta quarta-feira, provocando queda consistente dos juros futuros, especialmente no trecho intermediário, que ao mesmo tempo também capta a melhora na percepção sobre a trajetória da Selic. O noticiário em torno do futuro das contas públicas em 2023 mais do que compensou eventual reação negativa ao déficit primário do Governo Central em novembro, pior do que a mediana das estimativas, e ao impacto inflacionário caso a isenção de impostos federais sobre a gasolina não seja mesmo renovada. Dado o alívio, a curva, que vinha precificando queda da Selic em agosto, voltou a indicar corte em junho, com orçamento em torno de 125 pontos-base ao longo de 2023.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,40%, de 13,54% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,94% para 12,67%. Ambos encerraram hoje no menor patamar desde o último dia 9 de novembro (13,05% e 12,02%). O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 12,65%, na mínima do dia, de 12,93% ontem.

 

As taxas já trabalhavam em baixa logo pela manhã, impulsionadas por dois fatores principais. 'Aqui, pesam o debate sobre o PIS/Cofins sobre combustíveis e a intenção do Centrão de dar prosseguimento à PEC do teto', resumiu o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel, para quem, ao contrário de ontem, o exterior hoje esteve em segundo plano. Lá fora, a taxa da T-note de dez anos subiu nesta quarta-feira.

 

Ontem à noite, a assessoria do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que foi pedido que o governo atual se abstivesse de prorrogar a desoneração dos combustíveis, para que a nova administração possa tomar uma decisão assim que assumir em janeiro. De acordo com ele, junto com a diretoria da Petrobras, o governo vai definir como ficará a política do setor.

 

Além disso, o Broadcast Político trouxe hoje com exclusividade que o atual governo deixou pronta uma proposta para alterar a regra fiscal, que pressupõe incorporar a evolução do PIB no cálculo do teto de gastos, que teria crescimento real permanente, acima da inflação, dependendo do nível da dívida. O Centrão teria intenção de apresentar o texto, apelidado de PEC de Guedes, no início de fevereiro, como forma de pautar o debate fiscal em 2023.

 

Sobre o possível fim da desoneração dos combustíveis, o mercado olhou pelo lado fiscal, e não da inflação, dado que a recomposição do PIS/Cofins sobre os combustíveis deve render mais de R$ 50 bilhões aos cofres públicos.

 

No Banco Inter, a equipe liderada pela economista-chefe Rafaela Vitória calcula que a mudança no cálculo da tributação da gasolina, GLP e do diesel tem impacto total no IPCA de cerca de 0,70 ponto porcentual, mas a projeção do banco já incorporava parte do reajuste. Caso seja confirmada a decisão, a previsão para o IPCA é de 5,2% para 2023.

 

'Apesar do impacto para o consumidor, a volta do tributo é positiva para a melhora do equilíbrio das contas públicas. A estimativa de arrecadação adicional é de cerca de R$ 52 bilhões, o que não estava considerado na LOA aprovada pelo Congresso, e pode contribuir para reduzir o déficit primário estimado em 2023. A queda recente dos preços do petróleo também trouxe alívio e abriu espaço para a volta da tributação', resume.

 

A perspectiva de incorporação dessa receita acabou neutralizando qualquer possível efeito sobre a curva do resultado do Governo Central, pior do que o consenso. O déficit primário de R$ 14,687 bilhões em novembro foi maior do que apontava a mediana das estimativas, de R$ 13,750 bilhões.

 

Já a chance de o Centrão emplacar a chamada 'PEC de Guedes' é vista com bons olhos porque o mercado tem certa desconfiança sobre o que será o texto de revisão do arcabouço fiscal a ser apresentado pelo Executivo, via lei complementar. '(A PEC) Reacende a esperança de que, de alguma maneira, o Congresso possa refrear eventuais tentativas de gastança numa proposta do Executivo', diz Sichel.

 

À tarde, o recuo das taxas ganhou força com indicações de que a atuação de Haddad nos próximos meses no campo fiscal deve ser pautada pelo controle das despesas. De acordo com apuração da jornalista Adriana Fernandes, Haddad e sua equipe vão apresentar um novo arcabouço fiscal em dobradinha com um programa de avaliação e revisão de políticas públicas, entre elas renúncias, subsídios e incentivos fiscais.

 

Haddad defende que o novo regime fiscal tenha uma regra efetiva de controle de gastos. O Estadão apurou que a proposta é trabalhar em conjunto com Simone Tebet, futura ministra do Planejamento, no programa de revisão de gastos, chamado pelos economistas pela sigla em inglês de “spending review”. Ainda, à colunista Miriam Leitão, de O Globo, futuro ministro disse que o objetivo será fechar o ano que vem com déficit primário menor do que os R$ 220 bilhões previstos no Orçamento.

 

A queda nos prêmios de risco e o menor pessimismo com a área fiscal repercutiram na precificação da Selic na curva, que voltou a indicar início do ciclo de afrouxamento monetário em junho - nas últimas semanas vinha mostrando chance de queda em agosto. O orçamento total de cortes é estimado em pouco mais de 100 pontos, com a taxa encerrando 2023 em 12,70%.

 

Além do governo central, a agenda do dia trouxe ainda o saldo do Caged em novembro, positivo em 135.495 vagas, abaixo da mediana das estimativas, de 146,4 mil postos de trabalho. (Denise Abarca - [email protected])

 

 

BOLSA

A “PEC do Guedes”, proposta de arcabouço fiscal deixada pelo atual governo e que pode vir a ser apreciada pelo Congresso, contribuiu para descompressão da curva de juros na sessão, favorecendo o apetite por ações de consumo nesta quarta-feira na B3. Assim, com poucas exceções negativas entre os componentes do Ibovespa, o índice de referência da Bolsa recuperou e manteve o nível de 110 mil pontos, não visto em fechamento desde o último dia 6. Em alta de 1,53%, aos 110.236,71 pontos, foi o maior nível de encerramento desde 2 de dezembro, então aos 111.923,93 pontos.

 

No mês, o Ibovespa limita a perda a 2,00%, após ter iniciado a segunda quinzena de dezembro, no fechamento do dia 16, com retração acumulada de 8,5%. Na semana, com o desempenho de hoje, o índice vira do negativo ao positivo, com leve ganho de 0,49% no intervalo. Em 2022, sobe 5,17%. Fraco, o giro ficou em R$ 18,8 bilhões na sessão, em que o Ibovespa oscilou entre 108.578,38, mínima correspondente à abertura, e máxima de 110.535,56, maior nível intradia desde 6 de dezembro.

 

“O dia foi negativo para os principais ativos de risco no exterior, com muitas bolsas em baixa e com liquidez ainda reduzida. Há flexibilização de restrições na China, da política de Covid-zero, mas permanece muita incerteza com relação ao aumento das infecções por lá. Isso claramente se coloca como um ponto de cautela para o cenário externo”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

 

“No Brasil, ajudou a notícia, pela manhã, de que o Congresso pode usar uma proposta da equipe do Paulo Guedes para discutir uma nova regra fiscal no próximo ano. O que poderia ajudar a fomentar as discussões fiscais para o ano que vem, reduzindo a margem de manobra do (presidente eleito) Lula, se o Centrão for, de fato, por esse caminho”, acrescenta o economista. “Claramente, nada muito certo por enquanto. Com certeza, mais discussões acontecerão, mas hoje ajudou o desempenho dos ativos.”

 

Na B3, destaque nesta quarta-feira para o índice de consumo (ICON), em alta de 2,46% na sessão, bem superior à de materiais básicos (IMAT +0,52%), que havia sido o ponto forte de ontem. As ações do setor financeiro também foram bem nesta quarta-feira, com ganhos de 1,79% (Bando do Brasil ON) a 3,06% (Bradesco PN) entre as grandes instituições. Na ponta do Ibovespa, BRF (+7,93%), Natura (+7,21%), IRB (+6,82%), Magazine Luiza (+6,75%) e Americanas (+6,11%). No lado oposto, apenas seis papéis da carteira, entre os quais Petrobras (ON -0,56%, PN -1,23%) e Vale (-0,22%), além de Gerdau Metalúrgica (-0,91%), Gerdau (-0,44%) e Carrefour Brasil (-0,72%).

 

'O mercado foi liderado hoje por empresas com maior sensibilidade à taxa de juros, as de consumo cíclico e ligadas à economia doméstica, entre as quais as de comércio eletrônico e as de construção civil. O que tem a ver com fechamento dos juros futuros, que ajuda essas empresas, de 'driver' interno, na medida em que melhora a perspectiva fiscal e a dinâmica também para o PIB', diz Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset.

 

“O encerramento das desonerações fiscais sobre os combustíveis, num entendimento consensual entre Haddad e Guedes, é algo positivo para 2023 com relação aos cofres públicos, uma recuperação de receita no momento em que se discute equilíbrio fiscal”, diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, referindo-se a outro desdobramento favorável em Brasília, de ontem para hoje. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

 

 

18:27

 

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110236.71 1.52748

Máxima 110535.56 +1.80

Mínima 108578.38 0.00

Volume (R$ Bilhões) 1.88B

Volume (US$ Bilhões) 3.57B

 

 

 

 

18:28

 

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112100 1.82115

Máxima 112260 +1.97

Mínima 110240 +0.13

 

 

 

CÂMBIO

O dólar encerrou a sessão de hoje em queda de 0,60% em relação ao real, cotado em R$ 5,2551, após acumular alta de 2,33% nos dois primeiros dias da semana. Em uma sessão de pouca liquidez e de volatilidade à véspera da formação da Ptax de dezembro e de 2022, o real reagiu positivamente à confirmação de que as desonerações de impostos federais sobre combustíveis não serão prorrogadas para o ano que vem.

 

A divisa americana atingiu a mínima do dia às 15 horas, cotada em R$ 5,227 (-1,13%). Pouco mais de 30 minutos antes, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia confirmado que pediu ao atual governo para não tomar medidas que impactem a nova administração, quando questionado sobre as desonerações. A informação já havia sido divulgada ontem pela assessoria do petista.

 

'Isso foi muito positivo: o dólar caiu, a curva de juros caiu bastante e a Bolsa subiu. Foi um sinal interessante, de responsabilidade fiscal', diz o chefe da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt. Nas contas da LCA Consultores, a volta da cobrança de PIS, Cofins e Cide sobre os combustíveis pode adicionar até R$ 53,0 bilhões às receitas do governo e ajudar a financiar parte do aumento de despesas contratado para o ano que vem.

 

Durante a tarde, também circulou entre operadores uma entrevista de Haddad ao jornal O Globo, na qual o petista prometeu um 'plano robusto' de corte de gastos no início do ano que vem. O futuro ministro ainda garantiu que pretende entregar um déficit primário menor do que os R$ 220 bilhões previstos no Orçamento de 2023.

 

Os sinais positivos do ponto de vista fiscal ajudaram a sustentar o fortalecimento do real, que teve valorização superior à de pares emergentes e ligados a commodities. Diante de temores acerca da demanda pelo risco de recessão global e de novas ondas de covid-19 na China, o petróleo WTI para fevereiro fechou em baixa de 0,72%, em US$ 78,96 o barril, e o Brent para março caiu 1,27%, a US$ 83,26 o barril.

 

O analista de câmbio da corretora Ourominas Elson Gusmão acrescenta que a baixa liquidez e a disputa entre comprados e vendidos para a formação da Ptax de dezembro e de 2022, amanhã, ajudaram a dar o tom da sessão. Hoje, o contrato futuro do dólar para janeiro, termômetro do apetite do mercado por negócios, movimentou pouco mais de US$ 9 bilhões.

 

Para o chefe de gestão de renda fixa e multimercado da EQI Asset, Ricardo Cará, as sinalizações de Haddad estão em linha com a visão de uma política econômica mais responsável, sem descontrole fiscal. Caso esse discurso se materialize, o real poderá aproveitar o movimento global de enfraquecimento do dólar esperado pela gestora na primeira metade de 2023, quando a desinflação global deverá permitir que os bancos centrais desenvolvidos interrompam seus ciclos de alta.

 

'Dado tudo que aconteceu nesses últimos meses depois da eleição, o mercado ficou com a pulga atrás da orelha e não está mais comprando os discursos, está na fase do 'quero ver para crer.' Se Haddad começar a entregar o que está falando, vai em uma direção melhor para o fiscal e a gente acha que tem uma chance boa de seguir nessa linha', diz Cará. Com um dólar mais fraco no mundo e uma regra fiscal crível, o real poderia ir abaixo dos R$ 5,0, afirma. (Cícero Cotrim - [email protected])

 

 

18:28

 

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.25510 -0.5958 5.29050 5.22700

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5274.000 -0.3213 5289.000 5228.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5304.000 -0.35694 5315.500 5259.000

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

Investidores operaram com cautela nesta quarta-feira. Sendo assim, as bolsas de Nova York exibiram comportamento volátil, perdendo força em bloco a partir da metade da sessão. Em meio a agenda esvaziada e pouca liquidez nos negócios devido aos feriados de fim de ano, os mercados ajustam as perspectivas para 2023, ao mesmo tempo em que mantêm os olhos na reabertura da China, que gera temores sobre o aumento de casos de covid-19. Com menos apetite ao risco, o índice DXY do dólar se fortaleceu, assim como a ponta curta da curva de Treasuries. Já algumas commodities, como o petróleo, sofrem com o fortalecimento da divisa americana e com temores com a demanda chinesa.

 

Para o economista da Oanda Craig Erlam, estamos vendo um comércio fraco nos mercados financeiros, já que continuam as festividades no ano novo. 'E certamente há uma forte sensação de comércio de férias nos mercados hoje, com fluxo de notícias leve combinado com menor liquidez, criando movimentos instáveis, mas insignificantes. Parece que agora estamos apenas entrando em 2023', acrescenta ele.

 

Após uma sessão volátil, o Dow Jones cedeu 1,10%, a 32.875,71 pontos, o S&P 500 teve baixa de 1,20%, a 3.783,22 pontos, e o Nasdaq perdeu 1,35%, a 10.213,29. Ações da Southwest Airlines despencaram 5,16%, após a empresa cancelar milhares de voos novamente, diante da forte tempestade de inverno que destruiu os planos de viagens de Natal nos Estados Unidos. Na renda fixa, no fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos tinha baixa a 4,352%, o da T-note de 10 anos subia a 3,881% e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,973%.

 

Para 2023, Erlam acredita que os principais temas de negociação continuarão a dominar o início de janeiro, principalmente até que ponto os bancos centrais estão dispostos a aumentar as taxas de juros para mostrar sua determinação em levar a inflação de volta à meta. 'Muitos já começaram a aliviar o freio e estamos vendo muitos sinais de redução das pressões, embora talvez não tanto quanto os formuladores de políticas gostariam agora', analisa.

 

A probabilidade de que o Federal Reserve (Fed) eleve os juros em 25 pontos-base (pb), à faixa de 4,50% a 4,75%, cresceu, de acordo com análise realizada pelo CME Group. Há pouco, a ferramenta do CME Group mostrava 66,9% de chance de juros entre 4,50% e 4,75%, contra 33,1% de probabilidade para taxa de 4,75% a 5,0%. Ontem, os porcentuais eram de 59,7% e 40,3%, respectivamente.

 

Também em foco está a reabertura da China. O país asiático anunciou nesta quarta-feira que deixará de fazer testes para detectar covid-19 em produtos alimentícios importados a partir de 8 de janeiro, em mais um passo para desmantelar sua política de covid zero. 'A maneira como [a China se abriu] foi bastante surpreendente. Acho que é por isso que os mercados estão indo para frente e para trás', disse Altaf Kassam, chefe de estratégia de investimento e pesquisa para Europa, Oriente Médio e África da State Street Global, ao The Wall Street Journal. Ele acrescentou que os investidores ainda estão avaliando os efeitos do aperto da política monetária em todo o mundo, que continua a pesar sobre o sentimento.

 

O dólar, por sua vez, ganhou força hoje, pressionado algumas commodities. A divisa americana subia a 134,48 ienes, o euro tinha queda a US$ 1,0615, a libra tinha queda a US$ 1,2024. Já o índice DXY subiu 0,27%, em 104,463 pontos. Enquanto isso, o petróleo WTI para fevereiro fechou em baixa de 0,72%, em US$ 78,96 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para março, contrato agora mais líquido, caiu 1,27%, a US$ 83,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O Swissquote comenta ainda o fato de a Rússia reagir ao limite de preços imposto a seu petróleo pelo Ocidente. O banco nota que a medida deu apoio apenas modesto aos preços, o que ocorreu pelo fato de a maioria dos países envolvidos já terem interrompido grande parte de suas importações de óleo russo. (Letícia Simionato - [email protected])