[BOLETIM] CÂMBIO: LEILÃO DE LINHA PODE SER INCAPAZ DE ACALMAR INVESTIDOR ANTES DE ESPERADO CORTE DA SELIC

São Paulo, 18/03/2020 – Em meio à espera de corte da Selic pelo Copom no fim do dia em resposta ao coronavírus, o leilão de linha de até US$ 2 bilhões às 9h30 deve ser insuficiente para acalmar o mercado de câmbio. O dólar sobe no exterior e pioram as expectativas sobre a economia brasileira. O UBS cortou a projeção de crescimento do Brasil em 2020 de 1,3% para 0,5% em meio à tensão renovada com a pandemia de coronavírus.

O mercado deve ficar à espera do detalhamento do pedido de calamidade pública no País, em entrevista coletiva do ministro Paulo Guedes e sua equipe às 11 horas. Além disso, estão previstas duas coletivas com o presidente Jair Bolsonaro para tratar da questão do coronavírus: a primeira, com os ministros do governo (14h30) e, a segunda, com chefes dos demais poderes (20h30).

Medidas econômicas para mitigar os efeitos negativos da pandemia do coronavírus sobre a economia brasileira de nada adiantarão “se as lideranças do País continuarem a desdenhar da gravidade do vírus”, afirmou ao Broadcast o ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola.
Loyola defende que as medidas econômicas são ações corretas, mas o mais importante seria o aumento da destinação de recursos para área de saúde para tratar doentes e evitar a propagação do vírus em escala exponencial. Por isso, o economista é favorável à mudança de meta fiscal para acomodar esse gasto emergencial.

Na sexta-feira, o governo deve anunciar que fechará as contas com rombo de R$ 155 bilhões, mas o Broadcast/Estado apuraram que será preciso que as contas fechem com rombo de até R$ 200 bilhões para dar conta da necessidade de ampliação de gastos para enfrentar a crise.

Para a Selic, hoje, das 26 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 16 (61,5%) estimam corte de 0,5 ponto porcentual nos juros, o que levaria a taxa a 3,75%. Outras cinco (19,2%) estimam corte de 1,0 ponto porcentual, enquanto duas (7,7%) projetam queda de 0,75 ponto e outras três, de apenas 0,25 – nenhuma casa estima manutenção nos atuais 4,25%.

Ontem, o dólar teve desvalorização de 0,86%, a R$ 5,0087, em dia de realização de ganhos. Os investidores estrangeiros continuaram a desmontagem de posições contra o real no mercado futuro, em movimento de saída de posições de hedge para retirada de recursos do País.

No exterior, o Banco da Inglaterra (BoE) também vai detalhar hoje um instrumento de financiamento anunciado com o Tesouro britânico, sem horário previsto. E os reguladores financeiros da Alemanha eliminaram uma exigência de capital dos bancos locais para manter a fluidez do crédito e dar flexibilidade a instituições como Deutsche Bank e Commerzbank, que foram gravemente atingidas pela recente liquidação de ações nos mercados financeiros em meio à crise do coronavírus. O chamado ‘colchão’ de capital contracíclico, que em tempos de prosperidade tem o objetivo de fortalecer os bancos para enfrentar eventuais choques, será reduzido para 0% a partir de 1º de abril e permanecerá nesse nível até pelo menos o fim de dezembro, de acordo com a Bloomberg.

Fonte: AE NEWS




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