[ARTIGO] CORONAVÍRUS VOLTA A AFUNDAR MERCADOS E DEVE PESAR AQUI ANTES DE CORTE DA SELIC

O medo do estrago que a pandemia do coronavírus fará na economia mundial volta a maltratar os mercados globais nesta quarta-feira, dia de decisão do Copom. As bolsas asiáticas despencaram e as ocidentais têm fortes perdas, de ao menos 3%, sendo que os futuros de Nova York caíram tanto que atingiram o limite de baixa e os negócios foram temporariamente suspensos na madrugada. A queda do petróleo superava 6% há pouco. Tudo isso um dia depois de os mercados terem se animado com o plano fiscal de até US$ 1 trilhão do Fed e do governo dos EUA para tentar mitigar o impacto do coronavírus.

O dólar, por sua vez, sobe mais de 3% ante o peso mexicano e rublo russo, e pode voltar a pressionar o real, após ter fechado em queda ontem, mas ainda na casa dos R$ 5,00. Enquanto aguarda para saber o tamanho do corte da Selic hoje – o mercado espera queda de 50 pontos-base, para 3,75%, mas não descarta corte maior – o investidor acompanha a movimentação do governo e do Congresso para fazer frente à disseminação do coronavírus em território nacional. O Ministério da Saúde contabiliza 291 casos e uma morte (de homem que nem estava na lista de infectados), mas na contagem das secretarias estaduais de saúde já seriam ao menos 350 infectados. Diante da crise, o governo pediu ao Congresso que reconheça estado de calamidade pública até 31 de dezembro.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou ontem à noite que o regimento do Congresso determina “prioridade máxima” para a tramitação desse decreto de calamidade. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a aprovação rápida de um programa com um benefício de renda mínima para atender 18 milhões de brasileiros informais que estão na faixa mais vulnerável do mercado de trabalho. Uma das propostas que vêm sendo discutidas é a criação de um programa similar ao Bolsa Família, mas temporário para atender brasileiros que vivem na informalidade. Bolsonaro parece que começa a perceber o efeito negativo da sua atitude de negação à ameaça da pandemia e hoje participa de duas coletivas para tratar do coronavírus, uma com ministros e outra com chefes dos demais poderes. Uma das coletivas será à noite, no horário em que está programado uma panelaço contra o presidente em todo o País. Ontem à noite, bateção de panelas e gritos de “fora, Bolsonaro” foram ouvidos em São Paulo, Rio e Brasília. E à tarde foi entregue o primeiro pedido de impeachment contra Bolsonaro, pelo deputado distrital Leandro Grass (Rede-DF), apoiado em cinco ações do presidente. A equipe econômica avalia liberar uma nova rodada de saque imediato aos cotistas do FGTS e ontem decidiu que irá antecipar a primeira metade do 13º de aposentados do INSS, além de propor a redução dos juros e a ampliação de margem e prazo para empréstimos consignados desses beneficiários. E na sexta-feira, o governo deve anunciar que fechará as contas com rombo de R$ 155 bilhões, mas o Estado apurou que será preciso que as contas fechem com rombo de até R$ 200 bilhões para dar conta da necessidade de ampliação de gastos para enfrentar a crise.

Copom, coletivas de Guedes e Bolsonaro e BoE em destaque – A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, será divulgada às 18 horas. Das 26 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 16 (61,5%) estimam corte de 0,5 ponto porcentual nos juros, o que levaria a taxa a 3,75%. Outras cinco (19,2%) estimam corte de 1,0 ponto porcentual, enquanto duas (7,7%) projetam queda de 0,75 ponto e outras três, de apenas 0,25 – nenhuma casa estima manutenção nos atuais 4,25%. O BC faz leilão de linha, com oferta de até US$ 2 bilhões em O Ministério da Economia vai detalhar o pedido de calamidade pública em entrevista coletiva às 11 horas. Além disso, estão previstas duas coletivas com o presidente Jair Bolsonaro para tratar da questão do coronavírus: a primeira, com os ministros do governo (14h30) e, a segunda, com chefes dos demais poderes (20h30). No exterior, o Banco da Inglaterra (BoE) vai detalhar um instrumento de financiamento anunciado com o Tesouro britânico, sem horário previsto. Nos EUA, os dados sobre Construções de Moradias Iniciadas em fevereiro sai às 9h30.

Alcolumbre diz tramitação de calamidade pública tem prioridade máxima – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou em nota nesta terça-feira à noite que o regimento do Congresso determina “prioridade máxima” para a tramitação do decreto de calamidade pública a ser enviado pelo governo federal ao Legislativo como parte dos esforços para enfrentar o surto do novo coronavírus. “Reafirmamos a responsabilidade do Parlamento brasileiro na luta contra a Covid-19”, encerra.

Bolsonaro afirma que segundo teste para coronavírus deu negativo – O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira, 17, pelo Twitter que o segundo teste de coronavírus ao qual se submeteu deu negativo. O primeiro, cujo resultado saiu na sexta-feira, também mostrou que ele não contraiu a infecção. Até o momento, 15 pessoas que estavam na comitiva brasileira aos Estados Unidos foram diagnosticadas com a covid-19.

TENSÃO PREDOMINA

Bolsas europeias e futuros de NY têm fortes quedas – As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York operam com fortes perdas, revertendo a valorização de ontem e mantendo o padrão de volatilidade das últimas semanas em meio aos desdobramentos da pandemia de coronavírus. Ruídos de comunicação do Banco Central Europeu (BCE) nesta manhã trazem incertezas adicionais. Já o Banco do Japão reportou prejuízos com compras de fundos de índice (ETFs) na Bolsa de Tóquio e as ações do SoftBankdespencaram, após vir à tona informação de que o grupo estaria voltando atrás no plano de resgate da WeWork, segundo fontes do Wall Street Journal. Às 7h18, a Bolsa de Londres caía 4,89%, a de Frankfurt recuava 4,67% e a de Paris se desvalorizava 4,96%. Nos mercados futuros de Nova York, Dow Jones perdia 3,92%; S&P500, -3,60%; e Nasdaq, -4,43%. O euro estava a US$ 1,1013, ante US$ 1,1008 no fim da tarde de ontem. A libra caía a US$ 1,2030, de US$ 1,2082 no fim da tarde de ontem.

Fala de membro do BCE causa ruídos – Ruídos de comunicação do Banco Central Europeu (BCE) nesta manhã trazem incertezas adicionais aos mercados. O membro do conselho da autoridade monetária RRobert Holzmannafirmou que a política monetária atingiu seus limites e que era impossível para o BCE atender às expectativas do mercado. Momentos depois de sua fala, que trouxe mais agitação aos mercados, Holzmann salientou que a caixa de ferramentas monetárias está ‘bem equipada’ e contraditoriamente disse que a política monetária não atingiu seus limites. A reversão total da postura levou a mais dúvidas no mercado, que interpretou a rápida mudança de discurso como uma pressão interna da instituição para que fosse a público diminuir a tensão causada mais cedo.

Zona do Euro: inflação anual desacelera a 1,2% em fevereiro – O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro subiu 1,2% na comparação anual de fevereiro, perdendo força em relação ao aumento de 1,4% observado em janeiro, segundo dados finais divulgados hoje pela Eurostat. O resultado confirmou estimativa preliminar e veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

Zona do euro: ssuperávit comercialcai a 17,3 bilhões de euros em janeiro – A zona do euro registrou superávit comercial de 17,3 bilhões de euros em janeiro, segundo dados divulgados hoje pela Eurostat. O resultado é menor do que o saldo positivo de dezembro, que foi de 21,5 bilhões de euros.

Mercados da Ásia fecham em baixa – As bbolsas asiáticasfecharam em baixa nesta quarta-feira, revertendo ganhos de mais cedo, em mais um dia de turbulência nos negócios à medida que o avanço da pandemia de coronavírus continua levando investidores a evitar ativos considerados mais arriscados, como ações. O Xangai Composto recuou 1,83%. O sul-coreano Kospi liderou as perdas na Ásia, com um tombo de 4,86%. Em Tóquio, o japonês Nikkei caiu 1,68%. O Hang Seng apresentou queda de 4,18% em Hong Kong. Na Oceania, a bolsa australiana despencou 6,4% em Sydney. A queda, porém, havia chegado a 7,7% e só diminuiu após relatos da mídia

Fonte: AE NEWS




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